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24/11/2002 - 03h03

Testemunha é assassinada em presídio no Espírito Santo

ALESSANDRA KORMANN
da Agência Folha

Uma testemunha-chave da atuação dos grupos de extermínio no Espírito Santo foi assassinada anteontem, uma hora e meia após chegar a um presídio estadual. O preso Manoel Corrêa da Silva foi transferido da carceragem da Polícia Federal, que não solicitou proteção especial para ele.

Os depoimentos de Silva à missão especial enviada ao Estado para investigar o crime organizado levaram a localizações de cemitérios clandestinos, ao esclarecimento de dois homicídios e a outras prisões, entre elas a do coronel da Polícia Militar Walter Gomes Ferreira, integrante da Scuderie Detetive Le Cocq _organização acusada de agir como um esquadrão da morte.

Na segunda-feira, Silva iria prestar novo depoimento ao promotor Fábio Vello, do grupo de repressão ao crime organizado do Ministério Público Estadual.

"Ele havia entrado em contato com a Promotoria e deu indicações de que tinha outros fatos relevantes para serem revelados. Ficamos estarrecidos quando soubemos da transferência e logo depois da morte", disse o promotor.

Em depoimento prestado na última quarta na Promotoria de Justiça de Cariacica, Silva teria feito novas acusações contra o coronel Ferreira. O promotor afirmou que investigará as causas da morte e encaminhará representação ao Ministério Público Federal para que apure a transferência.

Silva chegou à Penitenciária Monte Líbano, em Cachoeiro de Itapemirim, por volta das 13h de ontem e foi encontrado morto às 15h30, com várias marcas de golpes na cabeça.

Segundo a assessoria da PF, ele foi transferido porque a carceragem em que estava será demolida. O delegado regional de Polícia Judiciária da PF, responsável pela transferência, não foi localizado para comentar o caso.
 

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