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24/11/2002 - 14h00

Gestão Lula vai incorporar "minigoverno" de Palocci

EVANDRO SPINELLI
ROGÉRIO PAGNAN
da Folha de S.Paulo, em Ribeirão Preto

O governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), vai incorporar em sua administração uma espécie de "minigoverno" de Antônio Palocci Filho (PT).

Palocci renunciou ao cargo de prefeito de Ribeirão Preto (314 km a norte de São Paulo) na quarta-feira após receber uma "convocação" de Lula para integrar o governo federal. Ele deverá ser ministro da Fazenda e levará algumas pessoas e projetos que fizeram parte de seu governo.

A Folha apurou que estão certas as idas para Brasília de Juscelino Dourado, Ademirson Ariovaldo da Silva, Caio Magri, Paulo Marcos Ramos, Ralf Barquete Santos e, possivelmente, Nelson Rocha Augusto. Todos fizeram parte do governo de Palocci em Ribeirão Preto e alguns ainda permanecem na administração.

Se depender da disposição do novo prefeito, Gilberto Maggioni (PMN), não haverá empecilhos para Palocci levar para o governo federal quem ele quiser.

"Ele tem todo o direito. O Palocci leva quem ele quiser", afirmou Maggioni, que tem declarado que pretende contar com a mesma equipe deixada pelo ex-prefeito em sua administração.

Terão de deixar o governo para ir para Brasília Santos _secretário da Fazenda_, Magri _coordenador do programa Ribeirão Jovem_, Ramos _coordenador do Ribeirão Criança_ e Silva _chefe de gabinete. Caso isso se confirme, Maggioni já pensa nos substitutos.

Na área social, Fernando Dezerto, que atua no setor, pode acumular a coordenação dos programas. Para a Fazenda, o nome cotada é de Cristina Gameiro, presidente do IPM (Instituto de Previdência dos Municipiários). O novo chefe de gabinete deve ser Cleison Scott, que assessorou Maggioni na ACI-RP (Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto).

Junto com esse grupo, Palocci deverá levar para o governo federal pelo menos quatro projetos que foram implantados na cidade: Ribeirão Criança, Primeiro Emprego, cartões magnéticos para a compra de alimentos e pólos regionais de desenvolvimento econômico.

A experiência de Palocci em articular parcerias com a iniciativa privada _o ex-prefeito escreveu até um livro sobre isso ("Dando a Volta por Cima - Como Fazer um Governo Popular em Tempos de Crise e Neoliberalismo", editora Scritta, 1996)_ também será levada para o plano federal.

"Vamos continuar fazendo todas as parcerias que puderem ser feitas. Não podemos deixar de atender a população por causa de um viés eminentemente político", disse Lula, na segunda-feira, em Ribeirão Preto.

No programa de governo de Lula consta também a implantação de programas sociais que terão como modelo os projetos implantados em Ribeirão.

O Ribeirão Criança, por exemplo, será implantado pela área social do governo de Lula _o nome do projeto ainda não está definido. Ele oferece atividades culturais e artísticas para crianças e adolescentes. "É um programa de arte, educação e esportes", disse o médico pediatra Paulo Marcos Ramos, idealizador e coordenador do programa.

Em 1995, o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) concedeu ao programa o prêmio Criança e Paz. Hoje, o projeto atende a 6.000 pessoas na cidade.

O polêmico Primeiro Emprego, implantado no ano passado em Ribeirão, também será levado para o plano federal. Pelo projeto, o governo _no caso, a prefeitura_ paga às empresas um salário mínimo por jovem cadastrado no programa que elas contratarem.

O projeto Fome Zero, anunciado como prioridade absoluta do futuro governo, também deve ser usado como está sendo implantado em Ribeirão. A prefeitura está comprando cartões magnéticos para substituir as cestas básicas entregues às famílias carentes.

Na área econômica, está previsto ser implantado um sistema de desenvolvimento econômico regional descentralizado, chamado tecnicamente pelos economistas de cluster. O programa tem como exemplo o Pólo Avançado de Saúde, que está sendo implantado em Ribeirão. O modelo foi criado pelo economista e banqueiro Nelson Rocha Augusto.

Veja também o especial Governo Lula
 

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