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18/12/2002 - 21h28

Serra, em despedida do Senado, faz crítica a PT e não descarta 2006

da Folha de S.Paulo

Pela primeira vez após a derrota nas eleições presidenciais para Luiz Inácio Lula da Silva, o senador José Serra (PSDB-SP) subiu nesta quarta-feira à tribuna do Senado para fazer seu discurso de despedida do Congresso.

Sem citar Lula ou o PT, Serra mandou recados velados ao presidente eleito e fez críticas indiretas ao comportamento do partido dele como oposição ao governo Fernando Henrique Cardoso.

Senadores de todos os partidos pediram apartes para homenagear Serra, inclusive vários petistas. Após o discurso, Serra não confirmou nem negou a hipótese de voltar a disputar a Presidência da República em 2006. ''Tem muita coisa para acontecer até lá. O que farei na política não depende de mim'', afirmou.

O tucano agradeceu ao seu partido pela indicação à candidatura a presidente, ao PMDB pelo apoio na eleição, e aos 33 milhões de eleitores pelos votos.

Ele ressaltou a ''transição política tranquila e civilizada'' que está sendo conduzida por FHC, a quem agradeceu a nomeação para dois ministérios (Planejamento e Saúde) e fez vários elogios.

Também elogiou o governador Franco Montoro, com quem trabalhou, e o governador Mário Covas. Ao dizer que FHC e Montoro ''sempre souberam enfrentar os que corrompiam o poder'', acrescentou, de improviso, uma referência ao futuro governo.

''O poder pode até corromper. Mas pode até ensinar aqueles que o exercem. Vamos ter a oportunidade de ver isso nos próximos anos'', afirmou.

O senador disse estar convencido de que governar e legislar envolvem contrariar interesses, e dirigiu recado velado a Lula. ''Quem pretender governar sem contrariar interesses, estejam certos, terá como opções a pasmaceira ou o populismo, que exaure o Tesouro e empina a inflação.''

Embora não tenha citado o PT, Serra criticou o comportamento do partido em relação ao governo FHC. ''Um princípio básico que compartilhei com Montoro, Fernando Henrique e, aqui no Congresso, com o Mário Covas, é o de, no Legislativo, mesmo na oposição, nunca apostar no 'quanto pior melhor', que só prejudica o país e o povo'', disse.

Num trecho do discurso interpretado por ouvintes como recado a Lula, Serra disse que falar a verdade e agir com transparência tem sido um dos critérios fundamentais de sua trajetória. ''É inimaginável, para mim, dizer uma coisa hoje e outra radicalmente amanhã, sem ao menos explicar por que mudei. É inimaginável, para mim, dizer uma coisa na oposição e, uma vez no governo, fazer o contrário, sem que haja razão aparente para a mudança.''

Eduardo Suplicy (PT-SP) disse que Serra cumpriu um ''papel extraordinário'' como opositor de Lula, conduzindo-se de maneira respeitosa e mostrando capacidade de conhecimento do país.

Veja também o especial Governo Lula

 

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