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22/12/2002 - 07h21

Jader é acusado de enviar R$ 7 milhões para o exterior

MARI TORTATO
da Agência Folha, em Curitiba

O ex-senador e deputado federal eleito Jader Barbalho (PMDB-PA) vai responder a mais um processo criminal decorrente das investigações sobre supostos desvios de verbas da extinta Sudam (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia). Desta vez, a acusação é de crime de evasão de divisas.

Jader esta sendo acusado pelo Ministério Público Federal de mandar para contas no exterior cerca de R$ 7 milhões.

A denúncia foi apresentada pelo procurador federal Nazareno Wolff, representante do Paraná na força-tarefa que investiga os desvios na Sudam e foi aceita pelo juiz da 2ª Vara Federal Criminal de Curitiba, Sérgio Fernando Moro, no início da semana.

Mas o processo não correrá no Paraná. Diplomado na terça-feira como futuro deputado federal pelo Pará, Jader vai responder pela acusação apenas no STF (Supremo Tribunal Federal).

A condição de deputado eleito garante ao ex-senador foro especial a esse e aos demais processos a que já respondia.

O advogado Edison Messias de Almeida, que defende Jader, confirmou na quarta-feira que está tratando de reunir os processos para transferi-los ao STF.

Almeida disse desconhecer a nova ação contra seu cliente, mas afirmou que se ela se sustenta nas denúncias anteriores, "vai cair pela base, como as demais". Ele nega que Jader tenha recebido propina para aprovar projetos na Sudam e que seu cliente "provará isso no STF".

A denúncia
Segundo a denúncia (acusação formal) do Ministério Público, os cerca de R$ 7 milhões enviados ao exterior seriam parte dos R$ 8,83 milhões de comissão que o ex-senador teria recebido do empresário curitibano Teodoro Hübner Filho, para influir na aprovação do projeto Usimar, no Maranhão.

Aprovado em dezembro de 1999, o projeto, estimado em R$ 1,3 bilhão, da indústria de autopeças de São Luís não saiu do papel, mas seus autores levaram R$ 44,1 milhões em verbas da autarquia.

O procurador Wolff disse à Agência Folha que a nova denúncia contra Jader está sustentada no rastreamento de cheques de 47 contas que movimentaram o dinheiro da Usimar.

O rastreamento foi conseguido depois da quebra de sigilo bancário das contas, autorizada pela Justiça.

Para a evasão de divisas, segundo o procurador, Jader teria recorrido a esquema de doleiros, o mesmo que é usado para lavagem de dinheiro do tráfico de drogas.

Uma primeira remessa teria tido como destino final a North and South Trading Company, uma empresa de fachada que operaria no Brasil e em Orlando, no Estado norte-americano da Flórida, segundo o procurador.

A segunda remessa teria sido fracionada e passada, em maior volume, pelas empresas Condor Factoring Fomento Comercial Ltda, e a Logística Operações Promocionais Ltda, e da Logística para uma multinacional. O destino final seria um banco suíço.
 

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