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23/12/2002
-
18h59
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva anunciou hoje mais 25 nomes de ministros, 8 secretários e 3 cargos de confiança (porta-voz, corregedor-geral e advogado-geral da União) , e concluiu as negociações para a formação de sua equipe de governo.
O anúncio dá fim a 57 dias ininterruptos de especulações sobre nomes e cargos e a uma engenharia que envolveu negociações com aliados -antigos e novos- tão díspares como PC do B, PMDB e o PL, primeiro companheiro da chapa eleita.
Surpreendeu ao indicar para a Fazenda o médico Antonio Palocci, coordenador da equipe de Transição, que muito cedo ''caiu nas graças'' do empresariado e mercado financeiro por sua habilidade de negociador e discurso moderado.
A grande expectativa de toda a formação do governo, porém, se deu em relação ao Banco Central, que ficou com o ex-presidente mundial do BankBoston, Henrique Meirelles, que ainda terá de conquistar a confiança do mercado.
Conta Gotas
Ao contrário do que prometeu Lula, os nomes saíram em conta-gotas, inclusive os da equipe de transição, que provocaram mais expectativa do que o dos próprios ministros.
Logo após a eleição, era prevista uma composição plural, com os ministérios distribuídos de acordo com a correlação de forças do novo governo. O que se viu, no entanto, foi que os principais cargos acabaram ficando para petistas, especialmente após o fracasso da aliança com o PMDB.
Além de ministérios estratégicos como Fazenda e Previdência, para o qual foi indicado o deputado Ricardo Berzoini, ficaram com petistas as pastas da Saúde (Humberto Costa), Educação (Cristovam Buarque), Trabalho (Jaques Wagner), Direitos Humanos (Nilmário Miranda), Cidades (Olívio Dutra), Desenvolvimento Agrário (Miguel Rossetto) e Minas/Energia (Dilma Roussef).
Planejamento
A última surpresa na composição da equipe de Lula foi a indicação do assessor econômico Guido Mantega como ministro do Planejamento. Mantega se reuniu pela manhã desta segunda com Lula em Brasília. Até o domingo, fontes do PT afirmavam que o deputado eleito pelo Paraná Paulo Bernardo seria um forte candidato à pasta.
Bernardo passou o domingo reunido com a cúpula do PT em São Paulo. Amigo pessoal do governador do Mato Grosso do Sul, Zeca do PT, de quem foi secretário da Fazenda, a indicação de Bernardo fecharia as arestas do PT com o diretório do Paraná, que exigia um ministério no futuro governo.
O preferido de Lula, porém, era mesmo Mantega, o assessor econômico mais próximo durante a campanha, um dos primeiros a vender ao empresariado a imagem do ''Lula Light''.
Lula chegou a afirmar, logo após a eleição, que pretendia tornar o Ministério do Planejamento ainda mais influente na gestão econômica que a Fazenda -prestígio que foi adquirido pela pasta a partir do Plano Real, com o então ministro Fernando Henrique Cardoso e depois Pedro Malan.
Também foram cotados para o Planejamento o atual secretário de Finanças de São Paulo, João Sayad, e o deputado federal Jorge Bittar (RJ).
A lista inicial contava também com os nomes dos professores da Unicamp Luiz Gonzaga Beluzzo (ligado ao PMDB de Orestes Quércia) e Luciano Coutinho (filiado ao PSB).
Resistência
Em meio aos ministros, surge o nome de Gilberto Gil para a pasta da Cultura. O cantor e compositor baiano não é unanimidade no mundo das artes e deve sofrer resistência de vários setores ligados à cultura no país.
Grandes nomes do PT que concorreram à eleição de governador em seus Estados e acabaram perdendo foram "recompensados". Benedita da Silva foi escolhida para assumir a Assistência Social; Olívio Dutra vai para o Ministério das Cidades; Humberto Costa, candidato derrotado ao governo de Pernambuco, ficará com a pasta da Saúde; Jaques Wagner, com Trabalho e Emprego; e Tarso Genro assumirá a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Social.
Conheça o governo Lula e veja o perfil dos escolhidos.
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Veja também o especial Governo Lula
Lula anuncia nomes que vão compor seu ministério
da Folha OnlineO presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva anunciou hoje mais 25 nomes de ministros, 8 secretários e 3 cargos de confiança (porta-voz, corregedor-geral e advogado-geral da União) , e concluiu as negociações para a formação de sua equipe de governo.
O anúncio dá fim a 57 dias ininterruptos de especulações sobre nomes e cargos e a uma engenharia que envolveu negociações com aliados -antigos e novos- tão díspares como PC do B, PMDB e o PL, primeiro companheiro da chapa eleita.
Surpreendeu ao indicar para a Fazenda o médico Antonio Palocci, coordenador da equipe de Transição, que muito cedo ''caiu nas graças'' do empresariado e mercado financeiro por sua habilidade de negociador e discurso moderado.
A grande expectativa de toda a formação do governo, porém, se deu em relação ao Banco Central, que ficou com o ex-presidente mundial do BankBoston, Henrique Meirelles, que ainda terá de conquistar a confiança do mercado.
Conta Gotas
Ao contrário do que prometeu Lula, os nomes saíram em conta-gotas, inclusive os da equipe de transição, que provocaram mais expectativa do que o dos próprios ministros.
Logo após a eleição, era prevista uma composição plural, com os ministérios distribuídos de acordo com a correlação de forças do novo governo. O que se viu, no entanto, foi que os principais cargos acabaram ficando para petistas, especialmente após o fracasso da aliança com o PMDB.
Além de ministérios estratégicos como Fazenda e Previdência, para o qual foi indicado o deputado Ricardo Berzoini, ficaram com petistas as pastas da Saúde (Humberto Costa), Educação (Cristovam Buarque), Trabalho (Jaques Wagner), Direitos Humanos (Nilmário Miranda), Cidades (Olívio Dutra), Desenvolvimento Agrário (Miguel Rossetto) e Minas/Energia (Dilma Roussef).
Planejamento
A última surpresa na composição da equipe de Lula foi a indicação do assessor econômico Guido Mantega como ministro do Planejamento. Mantega se reuniu pela manhã desta segunda com Lula em Brasília. Até o domingo, fontes do PT afirmavam que o deputado eleito pelo Paraná Paulo Bernardo seria um forte candidato à pasta.
Bernardo passou o domingo reunido com a cúpula do PT em São Paulo. Amigo pessoal do governador do Mato Grosso do Sul, Zeca do PT, de quem foi secretário da Fazenda, a indicação de Bernardo fecharia as arestas do PT com o diretório do Paraná, que exigia um ministério no futuro governo.
O preferido de Lula, porém, era mesmo Mantega, o assessor econômico mais próximo durante a campanha, um dos primeiros a vender ao empresariado a imagem do ''Lula Light''.
Lula chegou a afirmar, logo após a eleição, que pretendia tornar o Ministério do Planejamento ainda mais influente na gestão econômica que a Fazenda -prestígio que foi adquirido pela pasta a partir do Plano Real, com o então ministro Fernando Henrique Cardoso e depois Pedro Malan.
Também foram cotados para o Planejamento o atual secretário de Finanças de São Paulo, João Sayad, e o deputado federal Jorge Bittar (RJ).
A lista inicial contava também com os nomes dos professores da Unicamp Luiz Gonzaga Beluzzo (ligado ao PMDB de Orestes Quércia) e Luciano Coutinho (filiado ao PSB).
Resistência
Em meio aos ministros, surge o nome de Gilberto Gil para a pasta da Cultura. O cantor e compositor baiano não é unanimidade no mundo das artes e deve sofrer resistência de vários setores ligados à cultura no país.
Grandes nomes do PT que concorreram à eleição de governador em seus Estados e acabaram perdendo foram "recompensados". Benedita da Silva foi escolhida para assumir a Assistência Social; Olívio Dutra vai para o Ministério das Cidades; Humberto Costa, candidato derrotado ao governo de Pernambuco, ficará com a pasta da Saúde; Jaques Wagner, com Trabalho e Emprego; e Tarso Genro assumirá a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Social.
Conheça o governo Lula e veja o perfil dos escolhidos.
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