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02/01/2003 - 18h07

Leia a íntegra do discurso do ministro do Trabalho Jaques Wagner

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da Folha Online

Veja abaixo a íntegra do discurso do ministro do Trabalho, Jaques Wagner, que assumiu hoje o cargo:

''Boa tarde a todos amigos e amigas da Bahia e do Brasil inteiro. Eu quero, quebrando um pouco o protocolo _eu vou pedir licença ao cerimonial_, dizer que eu cumprimento todos os homens aqui com o carinho que cumprimento o meu pai José que está aqui do meu lado, e que cumprimento a todos as mulheres jovens e idosas, cumprimentando minha mãe, que está aqui comigo e que os olhos do Ministério do Trabalho, acompanhando a vontade do presidente eleito serão os olhos do futuro, e por isso estão comigo aqui o Mateus, a Mônica e o Dudu que são o estímulo para a gente olhar para frente.

Eu quero dizer que quando eu e o Berzoini [Ricardo Berzoini, ministro da Previdência] pensamos em fazer essa cerimônia primeiro juntos porque é uma determinação do presidente de que nós vamos trabalhar juntos em equipe e está aqui do meu lado o ministro chefe da Controladoria-Geral da União o nosso baiano ilustre e querido Waldir Pires. E já que nós vamos trabalhar em equipe nada melhor que facilitar a vida de vocês que tem tantas posses para visitar fazendo duas posses no mesmo momento e talvez um pouco do espírito baiano da Festa de Largo, no espírito sindicalista de quem construiu a sua vida política a partir da porta de fábrica ou lá dentro da universidade - eu estou vendo o gaúcho aqui e lembrando dos tempos que a gente na PUC do Rio, trabalhava este começo de vida.

A gente resolveu fazer a posse dos dois ministérios que tem tudo a ver: o Trabalho que é a exigência do presente e Previdência que é a garantia de um futuro juntos e na porta dos ministérios para que todos nós pudéssemos estar a vontade e refletir no futuro com o carinho de estar do lado de uma figura tão excepcional como Maria da Conceição Tavares, que eu já convidei hoje para ser minha assessora para assuntos de economia, mas ela não aceitou, diz que ela é brasileira e que ela está prestando serviço a todos.

Eu quero cumprimentar particularmente o ministro Marco Aurélio, que me honra como presidente do Supremo Tribunal Federal, com a sua presença, ao ministro José Cechin e ao Paulo Jobim que estão deixando essas duas casas, repetindo o agradecimento do Berzoini, pela tranquilidade com que a gente pôde obter as informações necessárias para chegar nesse momento já com uma visão e uma radiografia razoável de cada ministério.

Quero cumprimentar alguns familiares do presidente eleito que por uma relação pessoal conosco também estão aqui, acho que o frei Chico e alguns amigos que tão aqui, o Vavá, a Maria e a todos. Cumprimentar meu irmão Sérgio que está aqui também, a minha querida esposa Maria de Fátima. Uma figura que eu acho que simboliza um pouco o espírito do Governo. É verdade absoluta como vai ser o governo do Lula e é uma alegria imensa que eu espero que seja uma alegria que contamine os brasileiros e brasileiras nesse momento e dizer para todos os sindicalista e todos os empresários e muitos deles estão aqui me honrando com sua presença que o Ministério do Trabalho será a Casa do Diálogo. Essa é a vontade do presidente. O Fórum Nacional do Trabalho e eu vou sugerir amanhã na Reunião Ministerial ao Presidente da República que imediatamente retire do Senado Federal o Projeto de Lei que tramita por iniciativa do governo anterior já aprovado na Câmara, que trata da Flexibilização dos Direitos Trabalhistas. Para que o Fórum Nacional do Trabalho que reúne empresários e empregados, empresários e trabalhadores sindicalistas, todos aqueles que se irmanaram nos 53 milhões de votos que deram a Luiz Inácio Lula da Silva, essa representatividade extraordinária ao assumir a Presidência da República, para que o Fórum Nacional do Trabalho, ao lado do Conselho Nacional de Desenvolvimento Social possamos juntos, a gente brasileira, aqueles que querem viver do futuro do trabalho, aqueles que estão do lado de cá daqueles que querem prosperar às custas dos juros altos, da corrupção e do enriquecimento fácil, esses trabalhadores e empresários desse ramo com essa visão de futuro terão do Ministério do Trabalho o abrigo e a Casa do Diálogo para que o novo Contrato Social desse país seja efetivamente ensinado. Essa é a vontade do Presidente e eu tenho muita clareza que sou o Ministro do Trabalho por delegação de quem recebeu a delegação primeira do povo brasileiro. Esse lugar é na verdade de Luiz Inácio Lula da Silva e eu estou aqui representando a sua vontade a sua direção política na construção do Brasil.

Por isso meus amigos, eu quero mais uma vez agradecer aos amigos parlamentares baianos e de todas as praças que estão aqui, ao governador do Piauí, aos companheiros de Camaçari que juntos trilhamos essa batalha, aos companheiros do Sindiquimica que me viram nascer na política dentro das ruas do pólo petroquímico, aos companheiros da CUT, da Força Sindical, da CGT, CGT do B, a todas as representações empresariais. Não tenham dúvida que a decisão de construir um novo Brasil é a decisão do Presidente e é a decisão desse ministro. Aos funcionários da casa, já estão elogiados por que os conhece melhor do que eu, porque estou chegando agora.

Quero dizer que está chegando um ministro que tem uma concepção administrativa de trabalhar por delegação, de trabalhar por colegiado, que adora crítica e suspeita do elogio fácil. Um ministro que quer motivar os funcionários do MTE a trabalharem entendendo que nós todos o funcionário público número 1, como proclamado ontem Luiz Inácio Lula da Silva. Todos vocês e o ministro também funcionário público vamos ter que nos dar as mãos para construir o Brasil que os brasileiros esperam de todos nós, e finalmente lembrar que no governo Luiz Inácio Lula da Silva, o dinheiro público é absolutamente sagrado.

A única intolerância de quem se construiu no mundo do trabalho, no mundo do diálogo será a intolerância com o mau uso ou o desvio do dinheiro público, usado por quem quiser que seja, o dinheiro do FAT, do FGTS, os dois maiores fundos dos trabalhadores publicamente usados por empresários ou por entidades sindicais terão que prestar contas não ao ministro mas à população brasileira que através das suas formas de controle social estará fiscalizando o dinheiro público.

Que Deus abençoe a todos nós e que a sabedoria nos acompanhe para que a gente possa construir isso que o povo brasileiro delegou a Luiz Inácio Lula da Silva e a todos nós. Meu orgulho, eu dizia ontem, está naquela foto histórica do primeiro ministério do Presidente Lula. Não somos melhores nem piores, mas a nossa história e a desse engraxate que chega à Presidência da República é diferente e eu espero que os corações dos brasileiros se mantenham acesos pelos primeiros 4 anos do governo Lula. Um abraço e obrigado."

Veja também o especial Governo Lula
 

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