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11/01/2003 - 06h20

Ministro dos Transportes nomeia acusado em CPI

da Folha de S.Paulo, em Brasília

O ministro Anderson Adauto (Transportes) nomeou ontem Sérgio José de Souza seu assessor especial no ministério.

O nomeado, segundo a última edição da revista "IstoÉ", estaria envolvido em esquema de desvio de dinheiro da Prefeitura de Iturama (MG). O esquema também envolveria, segundo a revista, o próprio ministro dos Transportes e Aelton José de Freitas, que assumiu a vaga do vice-presidente José Alencar no Senado.

O ministro estava escalado para a viagem ao semi-árido, mas não integrou a comitiva. Ficou ontem despachando em seu gabinete, no ministério. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também assina a nomeação do assessor.

De acordo com a reportagem da revista, mais de R$ 4 milhões teriam sido desviados dos cofres da prefeitura em um esquema envolvendo os fornecedores do município nos últimos seis meses do ano de 1996. Na ocasião, informa a revista, era prefeito da cidade Aelton José de Freitas (PL).

A matéria informa que existe uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) instaurada na Câmara Municipal de Iturama sobre o assunto. A reportagem informa que 32 empresas fantasmas se beneficiavam do esquema.

Ainda de acordo com a "IstoÉ", a CPI teria descoberto que na administração de Aelton José de Freitas teriam sido realizadas operações com notas fiscais frias, recibos de depósitos bancários falsificados, licitações irregulares ou fraudulentas e obras ou serviços não realizados, usando "laranjas" e empresas fantasmas.

O ministro Anderson Adauto aparece quando a reportagem trata da empresa Líder Engenharia Empreendimento Ltda. Essa empresa teria recebido quatro cheques - de R$ 11,5 mil, de R$ 22,5 mil, de R$ 9.300 e de mais R$ 11,5 mil, os dois primeiros do Banco do Brasil e os outros do Bemge.

A revista informa que, segundo o relatório da CPI, a Líder não teria alvará de funcionamento. Além disso, seu endereço seria o mesmo do escritório político do ministro Anderson Adauto em Uberaba (MG).

Sérgio José de Souza, assessor especial nomeado ontem pelo ministro aparece como sócio da CPA Consultoria e Planejamento. Essa empresa teria sede no mesmo endereço onde funciona o escritório de Anderson Adauto.

Segundo a "IstoÉ", a CPA, em 1996, teria sido contratada pela prefeitura, sem licitação, para uma consultoria de "elaboração de análise e diagnóstico da atual estrutura administrativa e funcional da prefeitura municipal de Iturama", por R$ 260 mil.

De acordo com a reportagem, em setembro de 1997 o caso foi enviado ao Ministério Público, ao Tribunal de Justiça e à Assembléia Estadual de Minas. A revista informa que, nessa época, a Assembléia era presidida por Adauto. Hoje, segundo a revista, cópia do relatório da CPI já se encontra na Corregedoria do Senado.

Leia mais:
  • Adauto nega ter vínculo com a Líder Engenharia



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