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15/01/2003
-
04h52
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O Brasil e a Argentina querem uma moeda única para o Mercosul e decidiram criar o Instituto Monetário para levar adiante o projeto. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente argentino, Eduardo Duhalde, também decidiram montar o Instituto Social para ampliar a cooperação entre os dois países na área de políticas públicas voltadas para o combate à pobreza.
Na reunião entre os dois presidentes que aconteceu ontem em Brasília, Lula e Duhalde também anunciaram o objetivo de constituir o Parlamento do Mercosul, que teria representantes eleitos por voto direto.
As três iniciativas fazem parte de mais uma das tentativas de relançar o moribundo bloco comercial do Cone Sul, que integra Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Os sócios menores, Uruguai e Paraguai, não participaram das decisões tomadas ontem.
Os discursos de Lula e de Duhalde enfatizaram a importância da integração do Brasil e da Argentina. Lula iniciou o seu discurso lembrando que é a terceira vez que ele se encontra com Duhalde em pouco mais de um mês.
"O fato de esta ser a terceira vez que nos encontramos em pouco mais de um mês prova a eloquente densidade do relacionamento entre nossos países", afirmou o presidente brasileiro, durante o almoço que ofereceu a Duhalde no Itamaraty.
Cardápio
O almoço foi bem brasileiro. O primeiro vinho servido, branco, era nacional, e o prato principal foi risoto de carne seca com abóbora servido na moranga. A sobremesa, regada a champanhe francês, foi goiabada com queijo.
Duhalde, ao agradecer o brinde proposto por Lula, disse que "no nosso código genético [da Argentina e do Brasil] está a unidade Latino Americana". No seu discurso, o argentino criticou o Consenso de Washington (receituário neoliberal que prega austeridade fiscal, privatização e livre mercado) e conclamou os países da região a coordenarem suas posições em fóruns internacionais.
Um dos temas mais recorrentes no comunicado oficial do encontro foram as questões sociais, que Lula tem enfatizado.
Os presidentes decidiram elaborar indicadores sociais conjuntos para facilitar o intercâmbio de experiências e a adoção de iniciativas conjuntas.
O Instituto Social ajudaria a compilar esses indicadores e a debater ações conjuntas de combate à pobreza. "Os dois governo têm como prioridade o combate à pobreza", diz o documento final.
Moeda comum
A criação de uma moeda comum é um tema que foi debatido no passado, mas que já estava descartado. No início de dezembro, ainda durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, numa reunião de ministros da Fazenda do Mercosul, a idéia tinha sido colocada de lado.
Ontem, o embaixador brasileiro em Buenos Aires, José Botafogo, afirmou que a iniciativa da moeda comum, que não tem data para entrar em vigor, havia sido "uma decisão política dos presidentes".
Segundo Botafogo, a desvalorização na Argentina, que criou uma maior paridade entre o peso e o real, facilita o projeto.
O embaixador também enfatizou que a melhora nas condições econômicas na Argentina facilitam a coordenação macroeconômica entre os dois países.
Entre as decisões políticas que também não tem data para entrar em vigor, está a criação do Parlamento do Mercosul.
A idéia de ter um parlamento na região foi lançado por Lula durante a Cúpula Parlamentar das Américas realizada em novembro de 2001.
Veja também o especial Governo Lula
Lula e Duhalde planejam criar "moeda do Mercosul"
ANDRÉ SOLIANIda Folha de S.Paulo, em Brasília
O Brasil e a Argentina querem uma moeda única para o Mercosul e decidiram criar o Instituto Monetário para levar adiante o projeto. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente argentino, Eduardo Duhalde, também decidiram montar o Instituto Social para ampliar a cooperação entre os dois países na área de políticas públicas voltadas para o combate à pobreza.
Na reunião entre os dois presidentes que aconteceu ontem em Brasília, Lula e Duhalde também anunciaram o objetivo de constituir o Parlamento do Mercosul, que teria representantes eleitos por voto direto.
As três iniciativas fazem parte de mais uma das tentativas de relançar o moribundo bloco comercial do Cone Sul, que integra Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Os sócios menores, Uruguai e Paraguai, não participaram das decisões tomadas ontem.
Os discursos de Lula e de Duhalde enfatizaram a importância da integração do Brasil e da Argentina. Lula iniciou o seu discurso lembrando que é a terceira vez que ele se encontra com Duhalde em pouco mais de um mês.
"O fato de esta ser a terceira vez que nos encontramos em pouco mais de um mês prova a eloquente densidade do relacionamento entre nossos países", afirmou o presidente brasileiro, durante o almoço que ofereceu a Duhalde no Itamaraty.
Cardápio
O almoço foi bem brasileiro. O primeiro vinho servido, branco, era nacional, e o prato principal foi risoto de carne seca com abóbora servido na moranga. A sobremesa, regada a champanhe francês, foi goiabada com queijo.
Duhalde, ao agradecer o brinde proposto por Lula, disse que "no nosso código genético [da Argentina e do Brasil] está a unidade Latino Americana". No seu discurso, o argentino criticou o Consenso de Washington (receituário neoliberal que prega austeridade fiscal, privatização e livre mercado) e conclamou os países da região a coordenarem suas posições em fóruns internacionais.
Um dos temas mais recorrentes no comunicado oficial do encontro foram as questões sociais, que Lula tem enfatizado.
Os presidentes decidiram elaborar indicadores sociais conjuntos para facilitar o intercâmbio de experiências e a adoção de iniciativas conjuntas.
O Instituto Social ajudaria a compilar esses indicadores e a debater ações conjuntas de combate à pobreza. "Os dois governo têm como prioridade o combate à pobreza", diz o documento final.
Moeda comum
A criação de uma moeda comum é um tema que foi debatido no passado, mas que já estava descartado. No início de dezembro, ainda durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, numa reunião de ministros da Fazenda do Mercosul, a idéia tinha sido colocada de lado.
Ontem, o embaixador brasileiro em Buenos Aires, José Botafogo, afirmou que a iniciativa da moeda comum, que não tem data para entrar em vigor, havia sido "uma decisão política dos presidentes".
Segundo Botafogo, a desvalorização na Argentina, que criou uma maior paridade entre o peso e o real, facilita o projeto.
O embaixador também enfatizou que a melhora nas condições econômicas na Argentina facilitam a coordenação macroeconômica entre os dois países.
Entre as decisões políticas que também não tem data para entrar em vigor, está a criação do Parlamento do Mercosul.
A idéia de ter um parlamento na região foi lançado por Lula durante a Cúpula Parlamentar das Américas realizada em novembro de 2001.
Veja também o especial Governo Lula
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