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16/01/2003 - 10h55

Reunião do PMDB está ameaçada por bloco de Sarney

FABIANA FUTEMA
da Folha Online

A reunião do PMDB para a escolha do candidato do partido à presidência do Senado está ameaçada pelo bloco ligado ao senador José Sarney (AP). Agendada para esta quinta-feira, às 11h, deve ser adiada por falta de quórum.

O encontro foi marcado pelo senador Renan Calheiros (AL). Depois de tentar adiar a data da reunião, Sarney decidiu que não vai participar do encontro. Em vez disso, convocou para sexta-feira um encontro com a ala dissidente do PMDB em João Pessoa. Os dissidentes devem seguir a decisão de Sarney e esvaziar a reunião marcada por Calheiros.

A falta de unidade dentro do PMDB coloca em risco o acordo fechado com o PT. Os dois partidos fecharam acordo de apoio mútuo para eleger os presidentes da Câmara (PT) e do Senado (PMDB). O argumento dos partidos é a tradição nas Casas de que a maior bancada faz o presidente.

O líder do PT na Câmara, o deputado federal Nelson Pellegrino (BA), afirmou ontem que o partido não sabe qual será seu posicionamento caso haja o lançamento de uma candidatura avulsa de Sarney à presidência do Senado. "A posição do PT é de apoiar o cenário institucional. Se houver candidatura avulsa, teremos de analisar com as bancadas."

Oficialmente, as lideranças do PT garantem que não vão interferir na decisão do PMDB. Mas integrantes do PT admitiram que o partido tentou adiar o encontro por dois motivos. O primeiro, é a preferência do PT por Sarney, que desde o início da campanha eleitoral apoiou a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva. Além disso, o PT quer evitar a polêmica que será criada em torno do apoio à uma candidatura que não conta com o apoio integral de todo o PMDB.

Respeito, mas nem tanto
"O PT tem a tradição de tomar decisões em reuniões com a presença de 100% da bancada. Se não houver a totalidade da bancada presente, a reunião é adiada. O PMDB pode agir de forma diferente", disse o líder do PT no Senado, Eduardo Suplicy (PT-SP).

Segundo ele, o PT honrará o compromisso firmado com o PMDB. "Vamos apoiar o nome do indicado pelo PMDB. Mas é preciso que o nome indicado respeite os princípios institucionais e democráticos. "

Com a possibilidade de esvaziamento da reunião e de lançamento de uma candidatura avulsa, parlamentares do PT e do PMDB disseram que as chances da indicação do candidato do PMDB à presidência do Senado ocorrer amanhã são mínimas.

Espera-se que a reunião seja adiada. Mas se houver uma indicação sem o apoio de todo o PMDB, o PT poderá ser obrigado a rever o acordo fechado anteriormente. De olho nessa possibilidade, o candidato do PT à presidência da Câmara, o deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP) iniciou uma operação de descolamento das eleições das duas Casas.

 

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