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22/01/2003 - 07h10

Graziano defende projeto e refuta Marta Suplicy

FÁBIO ZANINI
da Folha de S.Paulo, em Brasília

O ministro do Combate à Fome e da Segurança Alimentar, José Graziano, considerou injustas as críticas feitas anteontem pela prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, na reunião da Executiva do PT. Para Marta, Graziano não estaria ouvindo a sociedade de modo adequado, além de envolver o governo em polêmicas desnecessárias e desprezar experiências do PT de combate à fome.

Segundo o ministro manifestou a pessoas próximas, o grande volume de trabalho na implementação do Fome Zero, programa considerado prioritário pelo governo, acaba obrigando-o a ser seletivo em sua agenda, dividindo-se entre contatos com movimentos sociais, entidades de classe, políticos e prefeituras.

Mesmo assim, defendeu-se Graziano, experiências de municípios, não apenas do PT, vêm sendo levadas em conta. Prova disso seria o convênio firmado ontem com a Frente Nacional de Prefeitos e a Confederação Nacional de Municípios.

As críticas da prefeita foram feitas no início da reunião petista de anteontem, em aparte a uma intervenção do senador Eduardo Suplicy (SP), seu ex-marido.

"Fome Zero paralelo"
O senador informava aos integrantes da Executiva que levara ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva proposta de uma espécie de "Fome Zero paralelo", em que famílias carentes de duas cidades nordestinas receberiam benefícios em dinheiro sem vinculação com gastos em alimentação.

Suplicy declarou que, depois de alguns meses, seria feita uma comparação entre sua sugestão e o programa oficial -com vinculação a alimentos-, para saber qual é mais eficiente.

Marta, então, interrompeu o senador. Defendendo seu modelo, e não o de Graziano, afirmou que Suplicy, "como sempre", estava sendo "diplomático e construtivo" demais. E disse que não era preciso fazer nenhuma comparação para saber qual a melhor forma de ação -segundo a prefeita, é a do senador.

Em seguida, Marta queixou-se da crise ocorrida devido ao suposto veto do ministro à participação de d. Mauro Morelli, bispo de Duque de Caxias (RJ), no Fome Zero. E lembrou que experiências do partido, como a do cartão eletrônico distribuído pela Prefeitura de São Paulo, não estavam sendo levadas em conta.

O nome de d. Mauro Morelli foi levado ao presidente Lula em dezembro como sugestão para presidir o Consea (Conselho de Segurança Alimentar) pelo seu assessor especial Frei Betto. Mas Lula ainda não definiu quem presidirá a instância, que deverá ter algo próximo de 25 pessoas, além de cinco ministros. Os nomes deverão ser apresentados oficialmente no dia 30 de janeiro.

Veja também o especial Governo Lula
 

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