Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
22/01/2003 - 19h26

Lula será recebido como líder sul-americano em Davos

da France Presse, na Suíça

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursará como líder sul-americano em Davos (Suiça), onde será recebido neste fim de semana e com os braços abertos pelo Fórum Econômico Mundial, que precisa integrar setores críticos com a globalização para "restaurar a confiança".

"Lula estreará oficialmente frente a comunidade internacional em Davos", explicou o analista Jean-Francois Deluchey, do Instituto francês de Altos Estudos da América Latina (IHEAL). "Lula chegará ao Fórum com a legitimidade adquirida com sua ampla vitória nas eleições de outubro e com o recente êxito conseguido na semana passada em Quito, com a criação de um grupo de amigos para tirar a Venezuela da crise que está vivendo.

Segundo ele, "Lula falará em Davos como líder da América do Sul e como um dos maiores responsáveis políticos da comunidade internacional".

O analista destacou que o presidente brasileiro iniciará sua estada nessa estação de esqui suíça jantando no sábado com os outros presidentes latino-americanos presentes em Davos, como o mexicano Vicente Fox, o colombiano Alvaro Uribe, o peruano Alejandro Toledo e o argentino Eduardo Duhalde.

"Ao começar com uma reunião latino-americana, a mensagem é clara: a América Latina é seu primeiro sócio, depois vêm o resto do mundo", disse Deluchey.

O economista argentino Carlos Quenan, também professor no IHEAL, assegurou que o presidente brasileiro, "longe do que se poderia pensar há alguns anos, será recebido de braços abertos em Davos".

Na sua opinião, Lula tanto vem aos alpes suíços como líder sul-americano como também como um presidente "crítico e responsável".

"Esta é a primeira vez que Davos recebe um dirigente político que liderou críticas contra a globalização", disse Quenan, recordando que o tema do Fórum este ano é "restaurar a confiança". "A confiança passa precisamente pela capacidade de integrar posições críticas num contexto em que a incerteza predomina."

Deluchey concorda que o tema desse ano "convém perfeitamente a Lula". Segundo ele, o mandatário brasileiro "viaja a Davos para apresentar seu programa, dizer que outro mundo é possível e também tratar de restabelecer a confiança dos investidores internacionais no Brasil".

O ex-sindicalista, que chega a Suíça depois de passar pelo Fórum Social Mundial de Porto Alegre (RS), terá a seu favor o fato da comunidade internacional "ainda o desconhecer".

Essa vantagem fará com que tenha a oportunidade de fazer domingo em Davos "um discurso original", misturando crítica e responsabilidade, que "sem dúvida despertará o interesse dos participantes do Fórum".

Lula gozará também "de uma liberdade de palavra da qual não vai dispor durante todo seu mandato", disse Deluchey. "Nesse momento, até dá a impressão que não se submete às grandes potências e que está fazendo um favor ao Fundo Monetário Internacional (FMI) respeitando suas condições, algo incomum num presidente latino-americano de esquerda", concluiu.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página