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24/01/2003 - 07h51

Sob muitas críticas, PMDB tenta fechar acordo para eleger Sarney

da Folha de S.Paulo, em Brasília

Apesar da resistência de setores do partido, tanto na ala que apoiou Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como na que se aliou a José Serra (PSDB) nas eleições, o PMDB deve fechar um acordo com o PT para eleger José Sarney (AP) presidente do Senado, que pode ser anunciado ainda hoje.

Ontem, o senador Renan Calheiros (AL), líder do PMDB no Senado, dizia que ainda havia 20% de possibilidade de o entendimento fracassar e que, nesse caso, ele disputaria a indicação da bancada com Sarney. O senador alagoano é o maior defensor do acordo na cúpula governista.

É provável que acordo fique restrito ao Senado, por enquanto, para facilitar a composição interna do PMDB. A questão da Câmara e da direção partidária seriam tratadas posteriormente.

Pelo pacote negociado com o PT, Calheiros apoiaria Sarney no Senado. Em troca, ficaria como líder até setembro, quando teria o apoio do governo e de Sarney para se eleger presidente do partido. Na Câmara, o líder Geddel Vieira Lima (BA) seria acomodado em um cargo da Mesa, abrindo espaço para Eunício Oliveira (CE).

Fechando o pacote, a direção do PMDB suspenderia a intervenção no diretório da legenda em São Paulo. Os dissidentes, por seu turno, recuariam da intenção de fazer uma convenção em fevereiro para destituir a direção nacional. A conjunção de tantos problemas tem dificultado a negociação.

O ex-governador paulista Orestes Quércia disse ontem que não aceita os termos do acordo, por entender que ele beneficia apenas Sarney. Ele classificou o acerto de "inaceitável" e se disse "pouquinho chateado" com a interferência do PT: "Queremos apoiar o governo, mas não aceitamos esse tipo de interferência. Não é muito bom o governo que teve nosso apoio não nos apoiar agora".

"Queremos Sarney na presidência, ele é nosso grande líder. Mas queremos mudar o comando. Entregar o partido a Renan é como entregar a Temer", disse.

O governador do Paraná, Roberto Requião, também criticou o acordo: ele considera que o "grupo fernandista", derrotado nas eleições, tem de deixar a direção do partido para "os vitoriosos".

Na Câmara, Barbosa Neto (GO), que é candidato ao cargo de líder, disse que não aceitava o acordo, assim como Pedro Simon (RS), que pretende assumir o lugar de Calheiros no Senado.

Pelo lado da cúpula, o deputado eleito Moreira Franco (RJ) abandonou as conversas em Brasília e voltou para o Rio dizendo que o que estava sendo negociado não passava de "ação entre amigos".

Já o presidente do partido, Michel Temer, admite suspender a intervenção no diretório paulista, mas não abre mão de de seu mandato, que vai até setembro.

Outro aliado da cúpula, o governador Jarbas Vasconcelos (PE), divulgou nota criticando o acordo: "Não posso concordar nem com a escolha do nome de Sarney para o Senado nem com a participação do PMDB no novo governo".

Veja também o especial Governo Lula
 

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