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25/01/2003 - 07h07

Dirceu condiciona queda de juro a reformas

da Folha de S.Paulo, em Porto Alegre

O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, afirmou ontem que o governo só terá como diminuir as taxas de juros quando o Congresso começar a discutir as reformas previdenciária e tributária, o que ele prevê que acontecerá entre março e abril.

Dirceu disse ainda que o governo deseja chegar a um acordo institucional com o PMDB para ter maioria parlamentar a fim de aprovar os projetos mais difíceis e, numa forma indireta de pressão, afirmou que o Congresso "sabe que a sociedade quer aprovar essas reformas".

"Não vale a pena ficar discutindo meio ponto percentual de aumento da taxa de juros. O ministro Antonio Palocci [Filho, da Fazenda,] explicou a situação que herdamos [do governo FHC]. Quando o Congresso, em março ou abril, começar a discutir as reformas previdenciária e tributária, vamos ter condições de baixar as taxas de juros", disse Dirceu.

O governo Luiz Inácio Lula da Silva recebeu críticas do próprio PT por ter aumentado nesta semana a taxa de juros básicos da economia em meio ponto percentual. A taxa subiu de 25% para 25,5% ao mês.

Quando estava na oposição, o PT criticou todos as decisões da gestão FHC de aumentar os juros. No governo, adotou medida semelhante com discurso semelhante: necessidade técnica para conter a inflação.

Além do argumento técnico, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, bancou o aumento dos juros como forma de conquistar confiança do mercado. Ou seja, num gesto também político, a fim de tentar aumentar sua credibilidade no posto, já que o discurso histórico do PT sempre foi pela queda dos juros.

Dirceu, que acompanhou a comitiva de Lula ontem e ficará em Porto Alegre para uma das mesas de debate do Fórum Social Mundial, disse que a prioridade dos governos deve ser o social. A afirmação foi feita em resposta a uma pergunta sobre a importância da participação de membros do governo no fórum.

"Não só no Brasil, mas também no mundo, a prioridade é o social, o emprego e a paz. Todos hoje estamos preocupados em fazer com que as políticas governamentais atendam àquilo que ficou como herança de 20 anos de neoliberalismo, o desemprego e a fome."

PMDB
Antes de participar de um almoço de Lula com o governador do Rio Grande do Sul, o peemedebista Germano Rigotto, Dirceu disse que o governo deseja "chegar a um acordo com o PMDB como partido". E emendou: "Teremos na Câmara e no Senado uma base suficiente para aprovar emendas constitucionais [que exigem três quintos dos votos nas duas Casas, em duas sessões de votação].

Sobre a adesão do PMDB à base do governo, disse que isso ajudará o país crescer, porque será fundamental para a aprovação das reformas. "Precisamos aprovar a reforma tributária e a previdenciária para o país voltar a crescer. Tenho certeza de que o Congresso sabe que a sociedade quer aprovar essas reformas."

Veja também o especial Governo Lula
 

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