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26/01/2003 - 19h33

Presidente diz que vai brigar pelos direitos do Brasil

da Folha Online

Após discursar no plenário do Fórum Econômico Mundial com duras críticas à ordem econômica internacional e defender maior empenho dos países ricos no combate à fome e à miséria, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou o debate aberto com os participantes do fórum para cobrar condições de igualdade para o Brasil perante os outros países.

O presidente deixou claro que vai brigar pelos direitos do Brasil e que não irá aceitar que os cidadãos de seu país sejam tratados como de segunda categoria. "Respeito é bom, nós damos e gostamos de receber", disse.

Lula garantiu que não irá ceder na sua luta ao combate ao protecionismo e disse que vai manter a mesma dureza com que sempre conduziu a sua carreira política nas negociações com o mercado externo.

"Não aceitamos a idéia de que o livre comércio só valha para os países pobres. Temos que disputar em igualdade de condições. Vocês vão ouvir falar muito de um presidente briguento", afirmou Lula.

O presidente lembrou que, como um nordestino que comeu pão pela primeira vez aos sete anos de idade e sobreviveu "uma terra na qual grande parte da população morre antes de completar um ano", será enfático na luta em prol de um mundo mais justo. Lula terá como principal bandeira as reformas na área social que tragam melhores condições de vida a todos os mais pobres.

Nesse sentido, ele disse ser possível a criação de um canal aberto de debate entre os fóruns antagônicos de Porto Alegre e de Davos. Como exemplo da diversidade nas relações, Lula lembrou que o vice-presidente José Alencar é um empresário - o que em tese seria contrário aos seus principais ideais.

"Temos que deixar o egoísmo na gaveta para que o Brasil possa crescer, para que o Brasil não continue sendo um gigante adormecido. E nós vamos fazê-lo crescer", afirmou.

Sobre as críticas de ter participado tanto do Fórum Mundial Social como do encontro de Davos, o presidente brincou com a platéia e disse que havia conseguido sobreviver a um evento tão questionado pelos defensores das bandeiras sociais.

"O fantástico é eu voltar para o Brasil e os meus companheiros do Fórum Social Mundial perceberem que eu estou voltando inteiro e ninguém comeu nenhum pedaço de mim", brincou Lula.

Além disso, o presidente disse aos participantes do Fórum que também não havia "comido um pedaço de ninguém". Na avaliação de Lula, há muita coisa em comum em eventos tão diferentes. "Estou convencido que, se sentarem em uma mesa, haverá muita concordância entre os dois fóruns", afirmou.

Segundo Lula, o que falta hoje é uma maior demonstração de coragem dos dois lados para que um mundo novo possa ser criado. "Eu não sei como fazer para que os dois fóruns se entendam. Se ficarmos lá e vocês aqui, sem conversar, chegaremos a um novo milênio fazendo as mesmas coisas", garantiu.


  • Com Agência Brasil


    Veja também o especial sobre os fóruns globais
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