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28/01/2003 - 15h03

Fórum Social termina sem apresentar "proposta de consenso"

DENYSE GODOY
da Folha Online, em Porto Alegre

Terminou hoje, em Porto Alegre, a terceira edição do Fórum Social Mundial. Em entrevista coletiva à imprensa no prédio da PUC (Pontifícia Universidade Católica), o comitê organizador falou sobre a importância do evento. Ontem, como parte da cerimônia de encerramento, uma passeata reuniu 40 mil pessoas que protestaram contra a Alca e pela paz.

"Temos que festejar. O fórum está crescendo e se tornando uma onda de cidadania", afirmou Cândido Grzybowski, do Ibase (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas), umas das oito ONGs (Organizações Não-Governamentais) que fazem parte do comitê.

Segundo ele, o fórum não tem uma declaração final, mas uma "oficina do pensar". "O fórum é um espaço de discussão de várias idéias. Não há uma proposta única. A declaração final é a soma da nossa diversidade de produção", disse. "Criamos uma usina do pensar, e talvez seja essa a melhor definição para o Fórum Social Mundial."

Balanço

Segundo informações da assessoria de imprensa do FSM, o evento movimentou por volta de US$ 50 milhões em transporte, hospedagem e alimentação dos cerca de 100 mil participantes de 158 países. Os custos chegaram a US$ 3,485 milhões, sem contar as despesas com hospedagem dos conferencistas, que foram pagas pela prefeitura da cidade.

Por causa do resultado econômico positivo para a cidade, era grande a pressão para que o FSM de 2004 também seja realizado em Porto Alegre e não na Índia, como acertado na semana passada.

Mas Grzybowski ressaltou que a decisão foi tomada para aumentar a participação da Ásia e da África, que tiveram pouca representatividade nas três edições realizadas até agora.

O comitê apresentou alguns números relativos ao financiamento do evento. O custo total foi de US$ 3,485 milhões e, apesar dos US$ 800 mil arrecadados com taxa de participação, do US$ 1 milhão vindo dos governos municipal, estadual e federal e de mais um montante doado por ONGs, o fórum chegou ao final com um déficit de US$ 247 mil.

Troca de experiências

Para os participantes, o saldo é muito positivo. Essa afirmação é de Maria da Conceição Cunha, que saiu de Pernambuco para conhecer outras pessoas que, como ela, trabalham para diminuir a mortalidade infantil. "Foi muito bom, apesar dos gastos. Estou voltando cheia de idéias para ensinar ao meu pessoal", afirmou vibrando.

Cosme Vítor, paulista de São José dos Campos, concorda. Ele foi a Porto Alegre para trocar experiências com outros movimentos sociais. De tão bom o resultado, ele diz que irá à Índia no ano que vem.

Já o mexicano Angel Fernández vê no fórum um espaço de protesto: "A ordem de prioridades dos governos está invertida. Primeiro tem que vir o social, e não o dinheiro, como está sendo feito. Queremos chamar a atenção do mundo para isso".

O que levou o norte-americano Roberto Johls ao evento foi a identificação com as discussões. "Também quero um mundo melhor e mais justo", afirmou.


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