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01/02/2003 - 06h00

Quase cassados em 2001 voltam ao Congresso com votação campeã

da Agência Folha

Três senadores que, em 2001, renunciaram ao mandato -e, com isso, evitaram processos de cassação contra eles- retornam hoje ao Congresso tendo na bagagem o título de campeões de voto nas últimas eleições.

Dos três, o único a voltar ao Senado é Antonio Carlos Magalhães (PFL). José Roberto Arruda (PFL) e Jader Barbalho (PMDB) retornam via Câmara dos Deputados.

Se não tivessem renunciado, poderiam não ter como se candidatar em 2002, já que teriam os direitos políticos suspensos com a cassação de seus mandatos.

ACM foi o senador mais votado na Bahia, com 2.995.559 votos, ou 30,59% dos válidos. Arruda e Jader ficaram no topo da lista de votos dos deputados federais -Arruda (DF) recebeu 320.692 votos (26,53%); e Jader (PA), 344.018 votos (12,90%).

ACM e Arruda saíram em maio de 2001, depois que o Conselho de Ética do Senado aprovou recomendação de abertura de processo de cassação contra eles por envolvimento em fraude do painel eletrônico da Casa -eles tiveram acesso à lista secreta da votação, em 2000, em que o senador Luiz Estevão (PMDB-DF) foi cassado.

Jader, que na época presidia o Senado, caiu meses mais tarde, em outubro. O Conselho de Ética concluiu que ele seria o beneficiário de 11 cheques administrativos emitidos pelo Banpará em 1984 e 1985. O desvio de R$ 5,5 milhões ocorreu quando Jader era governador do Estado.

Carlismo

ACM, 75, retorna com 18 quilos a menos e uma bancada forte -23 deputados federais e três senadores. No período em que ficou sem mandato, ACM trocou os holofotes de Brasília por um amplo escritório, decorado com fotografias do filho e ex-deputado Luís Eduardo Magalhães (morto em abril de 98), localizado no jornal "Correio da Bahia", de propriedade da família Magalhães.

De dentro do escritório, onde chegava pontualmente às 11h e só saía depois das 22h, ACM conseguiu evitar que a "onda Lula" quebrasse o seu domínio político no Estado.

Os números das eleições estaduais revelam o poder do carlismo na Bahia -além de 23 deputados federais (de uma bancada de 39) e 39 estaduais (de um total de 63), o governador Paulo Souto (PFL) foi eleito no primeiro turno.

Além de ACM, César Borges (PFL) também foi eleito senador. ACM apoiou a candidatura de Ciro Gomes no primeiro turno da eleição presidencial. Mas, ao perceber que a candidatura Ciro tinha naufragado, antes mesmo de os eleitores comparecerem às urnas, liberou os seus aliados para apoiar Lula. Só no segundo turno deu apoio formal ao petista.

Enquanto preparava o terreno para voltar ao centro do poder, ACM seguiu uma rígida dieta, à base de fibras e frutas. Aos sábados e domingos, caminhadas. Depois de 18 meses afastado do centro das atenções políticas em Brasília, ACM perdeu 18 quilos. "Em média, perdi um quilo por mês, mas a vontade de brigar pela Bahia continua a mesma."


Arruda e Jader

Depois de sair do Senado, onde era líder do governo, José Roberto Arruda voltou a ser engenheiro da Cia. Energética de Brasília.

Jader tem motivos para comemorar. Além de sua votação recorde, viu seu filho ter desempenho semelhante na eleição da Assembléia paraense.

Helder Barbalho liderou o pleito com 68 mil votos. Nos últimos meses, passou a cuidar mais de perto de seus negócios no Estado, como seu jornal e sua retransmissora de TV.
(LUIZ FRANCISCO e EDUARDO SCOLESE)

 

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