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Quintão coloca em xeque os projetos de Aécio e Pimentel
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PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Belo Horizonte
Uma eventual derrota de Marcio Lacerda (PSB) no próximo domingo em Belo Horizonte porá em xeque o projeto do governador tucano Aécio Neves e do prefeito petista Fernando Pimentel, deixando-os em desvantagem em relação às eleições de 2010, presidencial e estadual, respectivamente.
Articuladores da candidatura de Lacerda, Aécio e Pimentel tentam reverter a situação de uma eleição que consideravam um sucesso, até serem atropelados pelo deputado federal Leonardo Quintão (PMDB), que lidera pesquisa Datafolha com 47% no segundo turno, contra 37% do rival.
O clima no comitê de Lacerda é de surpresa com a situação, de crença na recuperação, mas também de incerteza se haverá tempo suficiente para a reabilitação a uma semana do pleito.
Governador e prefeito jogaram todo peso do prestígio deles na disputa, ancorado no fato de serem bem avaliados pela população. Aproximaram o PSDB e o PT, rivais nacionais, em uma capital política e economicamente importante.
Com isso, Aécio tenta se manter vivo na disputa interna do PSDB pela indicação à candidatura presidencial, apresentando-se como conciliador. Pimentel busca se fortalecer para disputar o governo de Minas.
Se Lacerda for derrotado, crescerão as chances de Aécio adiar seu projeto presidencial, sendo empurrado para a disputa ao Senado, já que vai mal em Belo Horizonte e em São Paulo.
Incentivador da candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) à Prefeitura de São Paulo, indo contra a vontade de José Serra, a situação de Aécio contrasta com a do governador tucano de São Paulo, seu oponente pela indicação do partido para disputar a Presidência.
Além de Alckmin não ter passado para o segundo turno, o candidato apoiado por Serra, Gilberto Kassab (DEM), pode bater o PT, o principal adversário do PSDB de 2010.
A situação de Pimentel é pior no PT-MG. Ao contrário de Aécio, que domina o PSDB local, Pimentel teria debitado na sua conta o fato de ter dividido o partido para fazer aliança com Aécio --infringindo decisão do PT nacional--, que pode levar a sigla a perder o poder da capital após 16 anos de gestão.
O racha que causou o deixou separado de petistas históricos como os ministros Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência) e Patrus Ananias (Desenvolvimento Social). Se vier a derrota, Patrus se fortalecerá para a disputa estadual, assim como o ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB).
Pimentel poderia buscar refúgio com a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), de quem é amigo. Ela é a possível candidata de Lula à sua sucessão.
O discurso de Aécio e Pimentel é que a "tese da convergência", como definem a parceria política, não termina mesmo se houver derrota eleitoral.
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