Presidente do TSE pede para candidatos evitarem baixarias na campanha do 2º turno

O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Carlos Ayres Britto, criticou nesta segunda-feira a troca de acusações entre candidatos que disputam o segundo turno das eleições municipais. Britto disse que, apesar da disputa ser legítima, os candidatos devem manter o nível do debate sem agressões pessoais.

"Eleição é disputa, mas não chega a ser uma partida de futebol. É natural que a temperatura da discussão se eleve, mas sem baixarias. Apenas digo que é natural que a temperatura do debate se eleve, mas não a ponto de significar ofensa ao candidato", afirmou.

Em São Paulo, os candidatos à Prefeitura Gilberto Kassab (DEM) e Marta Suplicy (PT) trocaram ofensas neste domingo durante debate realizado pela TV Record. No debate, Marta chegou a pedir "mais respeito" ao candidato do DEM quando o prefeito fez comentários sobre taxas criadas na gestão da petista na prefeitura.

No debate entre os candidatos Fernando Gabeira (PV) e Eduardo Paes (PMDB), que disputam a prefeitura do Rio de Janeiro, também houve troca de farpas sobre alianças e trajetórias políticas. Ao tratar das propostas da cidade, Paes fez "pegadinhas" para colocar Fernando Gabeira (PV) numa saia-justa.

O peemedebista questionou o verde sobre propostas para a AP-3, sem mencionar que se referia à Área de Planejamento da Prefeitura que inclui a zona norte da cidade.

Britto disse que os candidatos devem "prosseguir no empenho" de realizar uma eleição "legítima, limpa, alegre e regular", com o respeito entre os que disputam as prefeituras onde há segundo turno.

"O que se quer é uma disputa, todos nós queremos uma disputa em alto nível com os candidatos se respeitando, até porque esse é um modo de se respeitar o eleitor, o ouvinte e o telespectador que não gosta de agressões, de incontinência verbal", afirmou.

Ameaças

O presidente do TSE disse que ainda não foi informado sobre uma suposta ameaça de morte recebida pelo candidato à prefeitura de Belo Horizonte, Leonardo Quintão (PMDB). Na sexta-feira, o candidato pediu proteção à Polícia Federal depois de ter dito que foi ameaçado.
Representantes da campanha de seu adversário, Marcio Lacerda (PSB), foram à PF pedir investigação sobre a veracidade da suposta ameaça ao peemedebista.

O clima entre as duas campanhas é tenso. Quintão, que teve o pedido de proteção negado, tem dito que militantes apoiadores da candidatura Lacerda o perseguem e chutam nos eventos a que comparece e que recebeu ameaça de morte por telefone. Lacerda chamou o oponente de "mentiroso" e por isso pediu rigor nas investigações

"Até agora, não tomei ciência do fato [ameaça]. Pelo menos oficialmente, nada chegou até mim. Se chegar, veremos que providências serão tomadas", disse Britto.