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11/02/2003
-
17h17
da Folha Online, em Brasília
A PF (Polícia Federal) já abriu inquérito para identificar o grampo telefônico descoberto em telefones celulares de deputados e ex-deputados baianos. A informação foi dada pelo líder do PT na Câmara dos Deputados, Nelson Pellegrino (BA), ele próprio um dos grampeados.
Pellegrino esteve nesta tarde com o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, que o informou sobre a abertura das investigações. Além de Pellegrino estiveram com Bastos o líder do PSDB na Câmara, Jutahy Magalhães Jr. (BA) e o ex-deputado Benito Gama.
Em entrevista após a reunião, Pellegrino voltou a lançar suspeita sobre o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) de envolvimento na escuta clandestina.
"Quem conhece as coisas da Bahia sabe que um fato desses jamais ocorreria sem o conhecimento do senador Antonio Carlos Magalhães, tamanha a subserviência que as autoridades estaduais devotam a ele. Ele tinha conhecimento dos fatos", disse Pellegrino.
A escuta teria ocorrido em meados do ano passado, antes das eleições, nos telefones de Pellegrino, Benito Gama e do ex-líder do PMDB, Geddel Vieira Lima.
O grampo teria sido autorizado por meio de um documento forjado na Secretaria de Segurança Pública e enviado à empresa Tim Nextel. Pellegrino afirmou ter certeza de que a PF chegará aos autores e mandantes do grampo.
"É nossa expectativa que a PF descubra quem está por trás desse crime. Isso não aconteceria sem o conhecimento de Kátia Alves, nem do ex-governador Otto Alencar nem de Antonio Carlos Magalhães", afirmou.
Questionado sobre a possibilidade de abertura de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar o possível envolvimento de congressistas no caso, Pellegrino disse que defende e que continuará defendendo a instalação de uma CPI, porém deixou claro que respeitará uma decisão da bancada.
Ele também declarou que não está havendo pressão por parte da Presidência da República para a não-instalação da CPI, uma vez que ACM é aliado de Lula na Bahia. "Eu não vi até agora nenhuma manifestação oficial do Planalto contrária à instalação da CPI, nem do presidente nem de qualquer ministro", disse o petista, que afirmou ainda que está clara a motivação política do grampo.
Na avaliação dele, se for comprovado que algum congressista participou da escuta clandestina ou se beneficiou das informações obtidas por meio dela, fica "óbvio" que existe quebra de decoro parlamentar, o que motiva o pedido de cassação de seus mandatos.
PF investigará grampos clandestinos contra políticos da Bahia
RICARDO MIGNONEda Folha Online, em Brasília
A PF (Polícia Federal) já abriu inquérito para identificar o grampo telefônico descoberto em telefones celulares de deputados e ex-deputados baianos. A informação foi dada pelo líder do PT na Câmara dos Deputados, Nelson Pellegrino (BA), ele próprio um dos grampeados.
Pellegrino esteve nesta tarde com o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, que o informou sobre a abertura das investigações. Além de Pellegrino estiveram com Bastos o líder do PSDB na Câmara, Jutahy Magalhães Jr. (BA) e o ex-deputado Benito Gama.
Em entrevista após a reunião, Pellegrino voltou a lançar suspeita sobre o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) de envolvimento na escuta clandestina.
"Quem conhece as coisas da Bahia sabe que um fato desses jamais ocorreria sem o conhecimento do senador Antonio Carlos Magalhães, tamanha a subserviência que as autoridades estaduais devotam a ele. Ele tinha conhecimento dos fatos", disse Pellegrino.
A escuta teria ocorrido em meados do ano passado, antes das eleições, nos telefones de Pellegrino, Benito Gama e do ex-líder do PMDB, Geddel Vieira Lima.
O grampo teria sido autorizado por meio de um documento forjado na Secretaria de Segurança Pública e enviado à empresa Tim Nextel. Pellegrino afirmou ter certeza de que a PF chegará aos autores e mandantes do grampo.
"É nossa expectativa que a PF descubra quem está por trás desse crime. Isso não aconteceria sem o conhecimento de Kátia Alves, nem do ex-governador Otto Alencar nem de Antonio Carlos Magalhães", afirmou.
Questionado sobre a possibilidade de abertura de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar o possível envolvimento de congressistas no caso, Pellegrino disse que defende e que continuará defendendo a instalação de uma CPI, porém deixou claro que respeitará uma decisão da bancada.
Ele também declarou que não está havendo pressão por parte da Presidência da República para a não-instalação da CPI, uma vez que ACM é aliado de Lula na Bahia. "Eu não vi até agora nenhuma manifestação oficial do Planalto contrária à instalação da CPI, nem do presidente nem de qualquer ministro", disse o petista, que afirmou ainda que está clara a motivação política do grampo.
Na avaliação dele, se for comprovado que algum congressista participou da escuta clandestina ou se beneficiou das informações obtidas por meio dela, fica "óbvio" que existe quebra de decoro parlamentar, o que motiva o pedido de cassação de seus mandatos.
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