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28/02/2003
-
06h19
da Agência Folha, em Londrina
Cerca de cem trabalhadores sem-terra invadiram ontem em Cascavel (oeste do Paraná) uma praça de pedágio da BR-277 e liberaram por quatro horas a passagem gratuita de veículos.
O protesto, organizado por MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores), MST (Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra ) e Crabi (Comissão de Reassentados Atingidos por Barragens no Rio Iguaçu), ocorreu das 10h às 14h10.
Segundo o ouvidor agrário nacional, Gercino José Alves da Silva Filho, os protestos ocorrem isoladamente. "Os casos têm ocorrido de forma isolada, por isso analisamos sempre caso a caso. Temos de sentar com os movimentos e ouvir suas reivindicações."
Os agricultores reivindicavam a reabertura de um desvio, que ligava a BR-277 ao distrito rural São João, fechado a pedido da concessionária Rodovia das Cataratas.
A administradora informou que cerca de 5.000 veículos passaram pelo pedágio sem pagar e que três cancelas de pedágio foram destruídas. O preço do pedágio varia de R$ 3,70 a R$ 4,90 por eixo.
O livre-trânsito só terminou quando a concessionária se comprometeu a reabrir o desvio. A direção da rodovia alega que o desvio aumenta a possibilidade de acidentes na BR- 277 e que nem toda a população rural da região seria favorável à sua reabertura.
Uliano Camilo, presidente do Crabi, disse que, caso o desvio seja novamente fechado, os movimentos irão montar um acampamento na praça de pedágio.
"Se fecharem de novo o desvio, aí eles [a concessionária] nunca mais irão cobrar pedágio, pois ficou decidido acampar por tempo indeterminado no local e proibir a cobrança das tarifas."
Anteontem, em Simão Dias (SE), cerca de cem sem-terra usaram tratores para bloquear ruas pedindo a liberação de créditos.
Ministro
Em Porto Alegre, o ministro Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário) pediu um prazo aos sem-terra e aos assentados.
"Temos passivos [com os trabalhadores rurais]. Mas a expectativa é que, no prazo de um ano, possamos superar esse passivo, estabelecendo uma outra relação com famílias acampadas ou assentadas em péssimas condições." Para ele, após esse prazo, sem-terra e assentados vão perceber que o governo está avançando na reforma agrária e reduzirão as ações como a de ontem.
Sem-terra "tomam" pedágio e liberam pagamento por 4 horas no PR
JOSÉ MASCHIOda Agência Folha, em Londrina
Cerca de cem trabalhadores sem-terra invadiram ontem em Cascavel (oeste do Paraná) uma praça de pedágio da BR-277 e liberaram por quatro horas a passagem gratuita de veículos.
O protesto, organizado por MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores), MST (Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra ) e Crabi (Comissão de Reassentados Atingidos por Barragens no Rio Iguaçu), ocorreu das 10h às 14h10.
Segundo o ouvidor agrário nacional, Gercino José Alves da Silva Filho, os protestos ocorrem isoladamente. "Os casos têm ocorrido de forma isolada, por isso analisamos sempre caso a caso. Temos de sentar com os movimentos e ouvir suas reivindicações."
Os agricultores reivindicavam a reabertura de um desvio, que ligava a BR-277 ao distrito rural São João, fechado a pedido da concessionária Rodovia das Cataratas.
A administradora informou que cerca de 5.000 veículos passaram pelo pedágio sem pagar e que três cancelas de pedágio foram destruídas. O preço do pedágio varia de R$ 3,70 a R$ 4,90 por eixo.
O livre-trânsito só terminou quando a concessionária se comprometeu a reabrir o desvio. A direção da rodovia alega que o desvio aumenta a possibilidade de acidentes na BR- 277 e que nem toda a população rural da região seria favorável à sua reabertura.
Uliano Camilo, presidente do Crabi, disse que, caso o desvio seja novamente fechado, os movimentos irão montar um acampamento na praça de pedágio.
"Se fecharem de novo o desvio, aí eles [a concessionária] nunca mais irão cobrar pedágio, pois ficou decidido acampar por tempo indeterminado no local e proibir a cobrança das tarifas."
Anteontem, em Simão Dias (SE), cerca de cem sem-terra usaram tratores para bloquear ruas pedindo a liberação de créditos.
Ministro
Em Porto Alegre, o ministro Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário) pediu um prazo aos sem-terra e aos assentados.
"Temos passivos [com os trabalhadores rurais]. Mas a expectativa é que, no prazo de um ano, possamos superar esse passivo, estabelecendo uma outra relação com famílias acampadas ou assentadas em péssimas condições." Para ele, após esse prazo, sem-terra e assentados vão perceber que o governo está avançando na reforma agrária e reduzirão as ações como a de ontem.
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