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10/03/2003 - 05h22

25 movimentaram US$ 180 mi no Banestado de NY

RUBENS VALENTE
da Folha de S.Paulo

A investigação da Polícia Federal na agência do Banestado (Banco do Estado do Paraná) de Nova York (EUA) revelou que um grupo de 25 brasileiros movimentou US$ 180,5 milhões em suas contas correntes pessoais somente entre abril de 1996 e dezembro de 1997.

Localizados pela Folha de S.Paulo, vários dos correntistas negaram ter feito as operações ou mesmo ter aberto as contas, sugerindo a hipótese de fraude bancária. "Não tenho e nunca tive conta no Banestado de Nova York", disse Marcelo Tarasantchi, de São Paulo.

No primeiro contato com a reportagem, Tarasantchi disse que havia gerido "uma casa de câmbio" anos atrás. E não quis fornecer mais detalhes: "Fui aconselhado por meu advogado a só dar mais informações à Polícia Federal e ao Ministério Público".

Tarasantchi é o segundo brasileiro com maior volume de movimentação em contas de pessoas físicas. Teria girado US$ 62 milhões, segundo laudo técnico da PF, que tomou como base os documentos apreendidos no banco.

Das 137 contas da agência do Banestado investigadas pela polícia, 61 são de pessoas físicas _todas brasileiras ou paraguaias.

Tarasantchi dividiria a titularidade da conta nº 717-5 com o também paulistano Biniamyn Goldstein. Tarasantchi disse "conhecer" Goldstein, mas voltou a dizer que não teve conta na agência. A mulher do segundo correntista, Flora, localizada em sua casa, também negou que seu marido possua a conta em Nova York.

US$ 75,9 milhões

O empresário de São Paulo Samuel Semtob Sequerra é, ainda segundo os documentos, o campeão em movimentação pessoal entre os brasileiros, com US$ 75,9 milhões. Entre as pessoas físicas perde apenas para o paraguaio Fernando M. Pfannl, que teria movimentado US$ 240,7 milhões.

Sobre Sequerra, a PF tem muitas outras dúvidas. Além da conta pessoal atribuída a ele, aparece como procurador de duas empresas "offshore" (cujos donos são desconhecidos, sob proteção legal) com sedes nos paraísos fiscais das Ilhas Virgens Britânicas e do Uruguai: a Quetra S.A. e a Laurel Finance Limited.

A Quetra é a nona "offshore" com maior movimento na agência, com US$ 336,3 milhões. A Laurel Finance, 22ª em movimentação, girou US$ 56,1 milhões.

Sequerra foi procurado por telefone e pessoalmente em seu apartamento. Informados sobre o assunto, ele e sua família não deram retorno aos pedidos de contato.

Sequerra é procurador da Quetra ao lado de outro brasileiro, Dani Zalcberg, que por sua vez aparece nos papéis apreendidos pela polícia como procurador de outras três "offshore": Darberry Corporation, Silverdale Corporation (ambas sediadas no Uruguai) e Carlten Financial Incorporation (sediada nas Ilhas Virgens Britânicas). As três "offshore" movimentaram juntas US$ 109,7 milhões na agência.

Igualmente procurado pela Folha de S.Paulo, Zalcberg não foi encontrado. Seu pai, Gerson, localizado em seu apartamento e informado sobre o assunto, disse que seu filho estava viajando e não poderia ajudar a reportagem a localizá-lo.
 

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