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18/03/2003
-
06h49
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O governo está cobrando da modelo Gisele Bündchen a doação dos R$ 50 mil prometidos ao programa Fome Zero. Em troca de e-mails e de telefonemas com a cúpula do Ministério da Segurança Alimentar, a agente da modelo, Mônica Monteiro, informou que o depósito depende da sua "disponibilidade financeira".
A imagem da modelo doando, no dia 27 de janeiro, o que seria um cheque de R$ 50 mil ao Fome Zero, foi registrada nas capas dos jornais e veiculada nas TVs.
Só que naquele dia, após desfilar no São Paulo Fashion Week, o que Bündchen entregou ao ministro José Graziano (Segurança Alimentar) foi um termo de compromisso de doação no valor de R$ 50 mil. O dinheiro mesmo ainda não foi doado pela modelo.
A troca de e-mails entre Monteiro e a equipe do Ministério da Segurança Alimentar virou um relatório interno, ao qual a Folha teve acesso. Segundo o documento, um dos diretores do ministério começou a telefonar para a agente da modelo no dia 10, mas não conseguiu falar com ela.
No mesmo dia, uma secretária de Mônica Monteiro informou que o contato entre a equipe do ministério e a agente da modelo deveria ser feito via e-mail. Ainda assim, não houve resposta.
A secretária desse que o diretor chegou a telefonar oito vezes no dia 10 para Mônica Monteiro.
Quando a resposta veio no dia 12, por telefone, Monteiro disse que a data do depósito dependia de ela ter dinheiro em caixa.
A informação foi transcrita para o relatório interno e quase virou uma nota oficial à imprensa, mas a assessoria desistiu de divulgar a informação, temendo um desgaste ainda maior de Graziano na mídia -o ministro vem sendo cobrado pelo formato e execução do programa Fome Zero.
A urgência da equipe de Graziano para receber a doação é, disseram seus assessores, uma decorrência das "cobranças diárias" da imprensa, que citava como exemplo de lentidão do ministério o fato de o cheque da modelo ter ficado "engavetado" por falta de conta bancária do programa.
Mônica Monteiro informou ontem, por meio de uma secretária, que já está com os números das duas contas correntes do programa, mas que ainda não há data prevista para o depósito.
A equipe da modelo disse ainda que o atraso deve-se à lentidão do governo em informar o número das contas bancárias.
Já a equipe de Graziano informou que ainda não será divulgado um balanço das ligações recebidas pelo 0800 Fome Zero.
O call center começou a funcionar ontem para orientar a população sobre as formas de doar para o programa social.
Governo aguarda doação de Gisele Bündchen ao Fome Zero
GABRIELA ATHIASda Folha de S.Paulo, em Brasília
O governo está cobrando da modelo Gisele Bündchen a doação dos R$ 50 mil prometidos ao programa Fome Zero. Em troca de e-mails e de telefonemas com a cúpula do Ministério da Segurança Alimentar, a agente da modelo, Mônica Monteiro, informou que o depósito depende da sua "disponibilidade financeira".
A imagem da modelo doando, no dia 27 de janeiro, o que seria um cheque de R$ 50 mil ao Fome Zero, foi registrada nas capas dos jornais e veiculada nas TVs.
Só que naquele dia, após desfilar no São Paulo Fashion Week, o que Bündchen entregou ao ministro José Graziano (Segurança Alimentar) foi um termo de compromisso de doação no valor de R$ 50 mil. O dinheiro mesmo ainda não foi doado pela modelo.
A troca de e-mails entre Monteiro e a equipe do Ministério da Segurança Alimentar virou um relatório interno, ao qual a Folha teve acesso. Segundo o documento, um dos diretores do ministério começou a telefonar para a agente da modelo no dia 10, mas não conseguiu falar com ela.
No mesmo dia, uma secretária de Mônica Monteiro informou que o contato entre a equipe do ministério e a agente da modelo deveria ser feito via e-mail. Ainda assim, não houve resposta.
A secretária desse que o diretor chegou a telefonar oito vezes no dia 10 para Mônica Monteiro.
Quando a resposta veio no dia 12, por telefone, Monteiro disse que a data do depósito dependia de ela ter dinheiro em caixa.
A informação foi transcrita para o relatório interno e quase virou uma nota oficial à imprensa, mas a assessoria desistiu de divulgar a informação, temendo um desgaste ainda maior de Graziano na mídia -o ministro vem sendo cobrado pelo formato e execução do programa Fome Zero.
A urgência da equipe de Graziano para receber a doação é, disseram seus assessores, uma decorrência das "cobranças diárias" da imprensa, que citava como exemplo de lentidão do ministério o fato de o cheque da modelo ter ficado "engavetado" por falta de conta bancária do programa.
Mônica Monteiro informou ontem, por meio de uma secretária, que já está com os números das duas contas correntes do programa, mas que ainda não há data prevista para o depósito.
A equipe da modelo disse ainda que o atraso deve-se à lentidão do governo em informar o número das contas bancárias.
Já a equipe de Graziano informou que ainda não será divulgado um balanço das ligações recebidas pelo 0800 Fome Zero.
O call center começou a funcionar ontem para orientar a população sobre as formas de doar para o programa social.
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