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21/03/2003
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11h37
A cadela Michelle, a fox terrier do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da primeira-dama Marisa, foi tema ontem de debate na Câmara dos Deputados, onde foi usada como fator de medição da conduta ética de um governo.
A cachorra foi citada no plenário devido ao fato de ter sido levada anteontem em um carro de uso exclusivo da Presidência para a Granja do Torto, onde ocorria uma reunião ministerial.
No Senado o fato também repercutiu. O senador Antero Paes de Barros (PSDB-MS) vai encaminhar requerimento de explicações à Presidência da República sobre o uso de um veículo oficial para o transporte da cadela.
Na Câmara, Alberto Goldman (SP), um dos vice-líderes do PSDB, aproveitou um aparte ao discurso de Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), que falava sobre suposta "paralisia" do governo, para emendar que o transporte da cadela em carro oficial revelaria "pequenos e simples atos de conduta e de caráter".
"Nunca soube que o cachorrinho da dona Ruth Cardoso [ex-primeira-dama] viajasse de carro oficial. Hoje tomei conhecimento de que a cachorra Michele, da dona Marisa, viaja de carro oficial. Trata-se de questão de conduta. (...) A conduta é algo importante, principalmente em se tratando do presidente da República", afirmou.
Momentos depois, o deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP) pediu a palavra para defender o governo. Afirmou que é inconcebível comparar ética e caráter com um "cachorrinho", acrescentando que a "perda da soberania" que, segundo ele, ocorreu no governo passado, é um fator de melhor medida do caráter de uma administração.
Leréia retomou a palavra: "Sobre a cachorrinha Michele, há muita semelhança com presidentes americanos. O ex-presidente [Bill] Clinton tinha um cachorrinho de estimação e [George W.] Bush também tem, mas quero sair desse assunto", disse -e continuou a atacar o governo, mas com outros argumentos.
Paes de Barros justificou seu pedido de explicações dizendo ser "um abuso sem igual". "Quero saber quanto custou", disse, lembrando que Lula corre o risco de ser comparado ao ex-ministro do Trabalho Antônio Rogério Magri (governo Collor), que usou um carro oficial para mandar sua cadela ao veterinário.
E Barros alfinetou: "Se fosse o presidente Fernando Henrique Cardoso, os petistas fariam uma cachorrada para chamar a atenção". A assessoria da Presidência não comentou o assunto.
Cadela de Lula é tema de debate na Câmara
da Folha de S.Paulo, em BrasíliaA cadela Michelle, a fox terrier do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da primeira-dama Marisa, foi tema ontem de debate na Câmara dos Deputados, onde foi usada como fator de medição da conduta ética de um governo.
A cachorra foi citada no plenário devido ao fato de ter sido levada anteontem em um carro de uso exclusivo da Presidência para a Granja do Torto, onde ocorria uma reunião ministerial.
No Senado o fato também repercutiu. O senador Antero Paes de Barros (PSDB-MS) vai encaminhar requerimento de explicações à Presidência da República sobre o uso de um veículo oficial para o transporte da cadela.
Na Câmara, Alberto Goldman (SP), um dos vice-líderes do PSDB, aproveitou um aparte ao discurso de Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), que falava sobre suposta "paralisia" do governo, para emendar que o transporte da cadela em carro oficial revelaria "pequenos e simples atos de conduta e de caráter".
"Nunca soube que o cachorrinho da dona Ruth Cardoso [ex-primeira-dama] viajasse de carro oficial. Hoje tomei conhecimento de que a cachorra Michele, da dona Marisa, viaja de carro oficial. Trata-se de questão de conduta. (...) A conduta é algo importante, principalmente em se tratando do presidente da República", afirmou.
Momentos depois, o deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP) pediu a palavra para defender o governo. Afirmou que é inconcebível comparar ética e caráter com um "cachorrinho", acrescentando que a "perda da soberania" que, segundo ele, ocorreu no governo passado, é um fator de melhor medida do caráter de uma administração.
Leréia retomou a palavra: "Sobre a cachorrinha Michele, há muita semelhança com presidentes americanos. O ex-presidente [Bill] Clinton tinha um cachorrinho de estimação e [George W.] Bush também tem, mas quero sair desse assunto", disse -e continuou a atacar o governo, mas com outros argumentos.
Paes de Barros justificou seu pedido de explicações dizendo ser "um abuso sem igual". "Quero saber quanto custou", disse, lembrando que Lula corre o risco de ser comparado ao ex-ministro do Trabalho Antônio Rogério Magri (governo Collor), que usou um carro oficial para mandar sua cadela ao veterinário.
E Barros alfinetou: "Se fosse o presidente Fernando Henrique Cardoso, os petistas fariam uma cachorrada para chamar a atenção". A assessoria da Presidência não comentou o assunto.
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