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27/03/2003
-
19h18
da Folha Online
A possibilidade de adiar para 2004 a autonomia do Banco Central não assusta o empresariado. A autonomia do BC foi citada na carta de intenção ao FMI (Fundo Monetário Internacional), referente à segunda revisão do acordo brasileiro. O documento foi assinado pelo ministro da Fazenda, Antonio Palocci e pelo presidente do BC, Henrique Meirelles.
O próprio presidente do BC, Henrique Meirelles, afirmou anteontem, durante encontro do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), na Itália, que a proposta de autonomia da entidade não deve ser aprovada antes de 2004. Segundo Meirelles, "o BC opera hoje praticamente com autonomia. A única diferença que [a autonomia] faria na prática seria dar mais confiança às pessoas de que o BC ficará independente".
Para o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Horacio Lafer Piva, Meirelles não teria dado uma declaração dessas sem antes consultar o FMI. "O Meirelles é uma pessoa muito bem relacionada internacionalmente. Tem contatos no mundo todo. Se ele disse isso [adiar a autonomia do BC] é porque já deve ter conversado com o FMI", disse Piva.
O consultor Antoninho Marmo Trevisan também não vê nenhum risco de ameaça à credibilidade do Brasil em função do adiamento da autonomia do BC. "Isso [autonomia do BC] não é uma cláusula pétrea. Existe a possibilidade de se conseguir a confiança necessária para criar um ambiente favorável à redução dos juros com a aprovação das reformas tributária e previdenciária", afirmou ele.
A carta ao FMI, datada de 28 de fevereiro, diz que "o governo vai procurar garantir uma aprovação rápida pelo Congresso da PEC [Proposta de Emenda à Constituição] que facilitará a regulação do setor financeiro - um passo necessário para a passagem da desejada lei que formalizará a autonomia operacional e a responsabilização do Banco Central".
O presidente do PT, José Genoino, disse ontem que a autonomia do Banco Central "saiu da pauta, está fora da agenda" do Congresso. A afirmação foi feita depois de uma reunião com a bancada dos deputados do PT para discutir a aprovação do projeto que altera o artigo 192 da Constituição, que trara do sistema financeiro. A mudança abre caminho para a autonomia do BC.
Piva e Trevisan são integrantes do CDES (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social) _instância consultiva da Presidência que reúne 82 representantes da sociedade civil_, que deve encaminhar diretrizes gerais para as reformas tributária e previdenciária para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva até meados de abril. Os dois participaram hoje da cerimônia de posse da nova diretoria da ACSP (Associação Comercial de São Paulo).
Empresários não enxergam riscos em adiamento da autonomia do BC
FABIANA FUTEMAda Folha Online
A possibilidade de adiar para 2004 a autonomia do Banco Central não assusta o empresariado. A autonomia do BC foi citada na carta de intenção ao FMI (Fundo Monetário Internacional), referente à segunda revisão do acordo brasileiro. O documento foi assinado pelo ministro da Fazenda, Antonio Palocci e pelo presidente do BC, Henrique Meirelles.
O próprio presidente do BC, Henrique Meirelles, afirmou anteontem, durante encontro do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), na Itália, que a proposta de autonomia da entidade não deve ser aprovada antes de 2004. Segundo Meirelles, "o BC opera hoje praticamente com autonomia. A única diferença que [a autonomia] faria na prática seria dar mais confiança às pessoas de que o BC ficará independente".
Para o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Horacio Lafer Piva, Meirelles não teria dado uma declaração dessas sem antes consultar o FMI. "O Meirelles é uma pessoa muito bem relacionada internacionalmente. Tem contatos no mundo todo. Se ele disse isso [adiar a autonomia do BC] é porque já deve ter conversado com o FMI", disse Piva.
O consultor Antoninho Marmo Trevisan também não vê nenhum risco de ameaça à credibilidade do Brasil em função do adiamento da autonomia do BC. "Isso [autonomia do BC] não é uma cláusula pétrea. Existe a possibilidade de se conseguir a confiança necessária para criar um ambiente favorável à redução dos juros com a aprovação das reformas tributária e previdenciária", afirmou ele.
A carta ao FMI, datada de 28 de fevereiro, diz que "o governo vai procurar garantir uma aprovação rápida pelo Congresso da PEC [Proposta de Emenda à Constituição] que facilitará a regulação do setor financeiro - um passo necessário para a passagem da desejada lei que formalizará a autonomia operacional e a responsabilização do Banco Central".
O presidente do PT, José Genoino, disse ontem que a autonomia do Banco Central "saiu da pauta, está fora da agenda" do Congresso. A afirmação foi feita depois de uma reunião com a bancada dos deputados do PT para discutir a aprovação do projeto que altera o artigo 192 da Constituição, que trara do sistema financeiro. A mudança abre caminho para a autonomia do BC.
Piva e Trevisan são integrantes do CDES (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social) _instância consultiva da Presidência que reúne 82 representantes da sociedade civil_, que deve encaminhar diretrizes gerais para as reformas tributária e previdenciária para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva até meados de abril. Os dois participaram hoje da cerimônia de posse da nova diretoria da ACSP (Associação Comercial de São Paulo).
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