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31/03/2003 - 12h49

Deputado aponta novos indícios de irregularidades na campanha de Roriz

RICARDO MIGNONE
da Folha Online, em Brasília

O deputado distrital, Chico Leite (PC do B), ajuizou representação contra o governador do DF, Joaquim Roriz (PMDB, no Ministério Público e no Tribunal de Contas do DF. Ele acusa o governo de usar repasses da Codeplan (Companhia de Desenvolvimento do Planalto Central) para o ICS (Instituto Candango de Solidariedade), que pagava empresas que prestaram serviço na campanha de Roriz em 2002.

Embora processo semelhante já tramite no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), foram apresentados por Leite documentos do Siaf (Sistema Integrado de Administração Financeira) que comprovariam um grande aumento nos repasses ao ICS no período eleitoral.

De acordo com a documentação, os repasses teriam saltado de uma média mensal de cerca de R$ 4 milhões, entre janeiro e agosto, para R$ 24,7 milhões em setembro, R$ 7,1 milhões em outubro e R$ 10,6 milhões em novembro. Já em dezembro, o montante teria retornado à média mensal, R$ 4,8 milhões.

"Não tenho dúvidas em afirmar que parte do dinheiro repassado entre setembro e novembro foi desviado para a Adler e a LinkNet e usado na campanha de Roriz", disse Leite.

Na representação estão dados de comprovariam o repasse total de R$ 350,3 milhões para o ICS entre janeiro de 2002 e fevereiro de 2003. Leite acusa o governo de ter aumentado consideravelmente os repasses ao ICS e diz que o órgão se transformou no "caixa secreto" de Roriz.

Pelo que indicam os documentos, os repasses aumentaram nos dois primeiros meses de 2003. Segundo Chico Leite, isto seria a "comprovação" de que Joaquim Roriz e seus aliados têm certeza de que vão perder a ação em curso no TSE e já estariam "limpando" os cofres do GDF para financiar uma eventual nova eleição no Distrito Federal.

"Pelo comportamento da base governista na Câmara (Distrital) e os ataques ao Ministério Público e Judiciário, Roriz está certo de vai perder a ação e terá que deixar o cargo", declarou Leite.

Doleiro

No mês passado, foi descoberto o envolvimento do doleiro Fayed Traboulsi no caso, o que levantou a suspeita do envolvimento de Roriz com lavagem de dinheiro.

Segundo inquérito da Polícia Federal, a gerente do Banco de Brasília (BRB) Vânia Aragão Duarte, disse, em depoimento, que o doleiro teria descontado dois cheques, que totalizaram mais de R$ 5,7 milhões. Um dos cheques seria da empresa Adler nominal para Traboulsi.

Outro Lado

O secretário de Comunicação Social e porta-voz do governador, Paulo Fona, afirmou que a representação protocolada por Chico Leite é uma tentativa de criar ''factóide'' com o objetivo de colocar Roriz em evidência. "Isso faz parte de uma tática política que tenta sensibilizar a mídia, a opinião pública e os ministros que vão julgar a ação no TSE", disse Fona.

Especificamente em relação aos repasses de recursos para o Instituto Candango, o porta-voz declarou que o valor denunciado pela oposição muda a cada semana. "Toda semana eles vem com um valor diferente. Nesse ritmo, o dinheiro vai logo chegar a R$ 3 bilhões. Ele (Chico Leite) é de oposição e está cumprindo seu papel", afirmou Fona. Segundo ele, todos os pagamentos feitos foram referentes à serviços realizados.
 

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