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02/04/2003
-
21h00
da Agência Folha, em Belo Horizonte
O presidente do PFL mineiro e vice-governador de Minas, o empresário Clésio Andrade, anunciou o seu rompimento com o partido, gesto que poderá ser acompanhado por 9 dos 12 deputados estaduais e 4 dos 7 federais.
A crise no PFL mineiro ocorreu por causa de um racha interno, que levou a Executiva Nacional do partido a cancelar a eleição do novo diretório estadual, pela qual Clésio tentaria se reeleger. O destino desse grupo poderá ser o PL.
Em carta enviada hoje ao presidente nacional do PFL, Jorge Bornhausen (SC), que suspendeu a eleição no diretório mineiro, Clésio disse que, diante das "sucessivas interferências" da direção nacional e "esgotadas" as possibilidades de unidade partidária, comunicava o seu "desligamento dos quadros do PFL".
"Para mim seria cômodo aceitar a suspensão da convenção regional, como determinou a Executiva Nacional. No entanto, Minas Gerais, como é tradição no nosso Estado, não aceita qualquer ato de violência política", disse.
Ele reviveu as eleições presidenciais de 1989 para criticar o partido. "A Direção Nacional do PFL historicamente tem demonstrado grande desprezo para com Minas e os mineiros, como ocorreu em 1989 com o ilustre mineiro Aureliano Chaves, fundador e grande líder da legenda, que se viu traído e abandonado pelo partido quando se candidatou a presidente da República, trocado por Fernando Collor de Mello, de triste memória."
Rota de colisão
Clésio entrou em rota de colisão com o grupo que tem como estrelas os ex-ministros do governo FHC Roberto Brant e Carlos Melles. Desde a campanha eles não se davam. Clésio vinha sendo criticado por apoiar o então presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva.
Sobre isso, Clésio escreveu a Bornhausen: "O Estado de Minas Gerais, berço da liberdade, não permite que um de seus membros seja punido por votar em uma candidatura de esperança e transformação, que resultou na vitória do presidente Lula".
Ele tinha pretensões de continuar à frente do partido em Minas. E foi esse o motivo que levou o grupo de Brant e Melles a redigir uma carta a Bornhausen, na semana passada, alegando que Clésio trabalhava para ele mesmo, impondo o seu nome. Por isso foi pedida a intervenção, acatada por Bornhausen.
Além dos problemas com o PFL, Clésio também já se indispôs com o governador Aécio Neves (PSDB), que o repreendeu publicamente por ter dito que Aécio ia acabar com privilégios dos servidores. Aécio negou e disse que "só o governador fala pelo governo".
No final da tarde, os aliados de Clésio se reuniram e anunciaram que também vão deixar o partido. Embora os contatos com o PL tenham começado, o grupo evitou comentar isso.
Crise no PFL-MG gera debandada no partido
PAULO PEIXOTOda Agência Folha, em Belo Horizonte
O presidente do PFL mineiro e vice-governador de Minas, o empresário Clésio Andrade, anunciou o seu rompimento com o partido, gesto que poderá ser acompanhado por 9 dos 12 deputados estaduais e 4 dos 7 federais.
A crise no PFL mineiro ocorreu por causa de um racha interno, que levou a Executiva Nacional do partido a cancelar a eleição do novo diretório estadual, pela qual Clésio tentaria se reeleger. O destino desse grupo poderá ser o PL.
Em carta enviada hoje ao presidente nacional do PFL, Jorge Bornhausen (SC), que suspendeu a eleição no diretório mineiro, Clésio disse que, diante das "sucessivas interferências" da direção nacional e "esgotadas" as possibilidades de unidade partidária, comunicava o seu "desligamento dos quadros do PFL".
"Para mim seria cômodo aceitar a suspensão da convenção regional, como determinou a Executiva Nacional. No entanto, Minas Gerais, como é tradição no nosso Estado, não aceita qualquer ato de violência política", disse.
Ele reviveu as eleições presidenciais de 1989 para criticar o partido. "A Direção Nacional do PFL historicamente tem demonstrado grande desprezo para com Minas e os mineiros, como ocorreu em 1989 com o ilustre mineiro Aureliano Chaves, fundador e grande líder da legenda, que se viu traído e abandonado pelo partido quando se candidatou a presidente da República, trocado por Fernando Collor de Mello, de triste memória."
Rota de colisão
Clésio entrou em rota de colisão com o grupo que tem como estrelas os ex-ministros do governo FHC Roberto Brant e Carlos Melles. Desde a campanha eles não se davam. Clésio vinha sendo criticado por apoiar o então presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva.
Sobre isso, Clésio escreveu a Bornhausen: "O Estado de Minas Gerais, berço da liberdade, não permite que um de seus membros seja punido por votar em uma candidatura de esperança e transformação, que resultou na vitória do presidente Lula".
Ele tinha pretensões de continuar à frente do partido em Minas. E foi esse o motivo que levou o grupo de Brant e Melles a redigir uma carta a Bornhausen, na semana passada, alegando que Clésio trabalhava para ele mesmo, impondo o seu nome. Por isso foi pedida a intervenção, acatada por Bornhausen.
Além dos problemas com o PFL, Clésio também já se indispôs com o governador Aécio Neves (PSDB), que o repreendeu publicamente por ter dito que Aécio ia acabar com privilégios dos servidores. Aécio negou e disse que "só o governador fala pelo governo".
No final da tarde, os aliados de Clésio se reuniram e anunciaram que também vão deixar o partido. Embora os contatos com o PL tenham começado, o grupo evitou comentar isso.
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