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04/04/2003
-
08h03
RAYMUNDO COSTA
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Após ajudar o governo a aprovar a emenda que trata do sistema financeiro, o PMDB voltou a pressionar o Planalto para ocupar já um ministério na administração Lula. O objeto da cobiça da sigla são os ministérios da Integração Nacional e dos Transportes.
Apesar das pressões, o Planalto não está disposto a promover uma reforma ministerial antes de dezembro. Por enquanto, aceita negociar com o PMDB indicações para preenchimento de cargos em estatais e de segundo escalão nos Estados, além de participação no Conselho de Desenvolvimento Econômico Social.
O preenchimento de cargos federais está suspenso à espera do PMDB. Na terça-feira, o secretário Tarso Genro se reúne com líderes peemedebistas para acertar a indicação do partido para o conselho. Por enquanto, cerca de 30% dos cargos nos Estados foram preenchidos pelo PT e por partidos da base de sustentação política do governo no Congresso.
O PMDB já foi atendido em algumas de suas reivindicações por cargos federais. Mas os atendidos, até o momento, representam as seções estaduais do PMDB que apoiaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2002 e já eram considerados votos certos no governo.
É o caso das indicações feitas pelo presidente do Senado, José Sarney (AP), e pelas seções do Paraná, Goiás e Minas Gerais, que já apóiam o governo. A ala peemedebista que apoiou a candidatura de José Serra (PSDB) à Presidência se aliou ao governo para votar projeto que regulamenta o artigo 192 da Constituição, mas ainda negocia participação no governo.
Essa ala considera pouco o que o governo oferece e demonstra impaciência com a perspectiva de ganhar um ministério apenas em dezembro. É desse grupo a proposta para que o governo desloque Ciro Gomes para o Ministério do Planejamento, no lugar de Guido Mantega, a fim de abrir caminho para o PMDB voltar a ocupar a Integração Nacional.
A idéia não agrada ao PT: no atual desenho da equipe econômica o homem-forte é Antonio Palocci Filho. O deslocamento de Ciro poderia criar no Planejamento um pólo de competição com o ministro da Fazenda.
O PMDB ainda não perdeu as esperanças de recuperar o Ministério dos Transportes, espécie de feudo do partido nos oito anos de governo tucano. A sigla sentiu a perda de cargos em que são tratadas a construção e a recuperação de estradas federais, cuja maior parte foi para o PL, partido do atual ministro, Anderson Adauto.
A intenção do governo é acomodar o PMDB nas estatais, nos Estados e nos conselhos. Anteontem, o presidente do PT, José Genoino, esteve com Ciro para discutir nomeações no Ceará reivindicadas pelo líder do PMDB na Câmara, Eunício Oliveira. O preenchimento de cargos deve se continuar no segundo semestre.
Na votação do projeto que regulamenta o artigo 192, o PMDB entrou com os votos de 62 de seus 71 deputados. A intenção era demonstrar que sua adesão é fundamental para o governo consolidar maioria estável no Congresso.
O Planalto acredita que pode segurar ministérios até dezembro. A avaliação é que PSDB e PFL, além do próprio PMDB, votarão reformas que sempre defenderam, como a previdenciária e a tributária. E espera que a sigla se contente com os cargos de escalão inferior e com a participação nos conselhos. Um dos nomes cotados para o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social é o do senador Pedro Simon (RS).
PMDB volta a cobrar ministério do governo
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da Folha de S.Paulo, em Brasília
Após ajudar o governo a aprovar a emenda que trata do sistema financeiro, o PMDB voltou a pressionar o Planalto para ocupar já um ministério na administração Lula. O objeto da cobiça da sigla são os ministérios da Integração Nacional e dos Transportes.
Apesar das pressões, o Planalto não está disposto a promover uma reforma ministerial antes de dezembro. Por enquanto, aceita negociar com o PMDB indicações para preenchimento de cargos em estatais e de segundo escalão nos Estados, além de participação no Conselho de Desenvolvimento Econômico Social.
O preenchimento de cargos federais está suspenso à espera do PMDB. Na terça-feira, o secretário Tarso Genro se reúne com líderes peemedebistas para acertar a indicação do partido para o conselho. Por enquanto, cerca de 30% dos cargos nos Estados foram preenchidos pelo PT e por partidos da base de sustentação política do governo no Congresso.
O PMDB já foi atendido em algumas de suas reivindicações por cargos federais. Mas os atendidos, até o momento, representam as seções estaduais do PMDB que apoiaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2002 e já eram considerados votos certos no governo.
É o caso das indicações feitas pelo presidente do Senado, José Sarney (AP), e pelas seções do Paraná, Goiás e Minas Gerais, que já apóiam o governo. A ala peemedebista que apoiou a candidatura de José Serra (PSDB) à Presidência se aliou ao governo para votar projeto que regulamenta o artigo 192 da Constituição, mas ainda negocia participação no governo.
Essa ala considera pouco o que o governo oferece e demonstra impaciência com a perspectiva de ganhar um ministério apenas em dezembro. É desse grupo a proposta para que o governo desloque Ciro Gomes para o Ministério do Planejamento, no lugar de Guido Mantega, a fim de abrir caminho para o PMDB voltar a ocupar a Integração Nacional.
A idéia não agrada ao PT: no atual desenho da equipe econômica o homem-forte é Antonio Palocci Filho. O deslocamento de Ciro poderia criar no Planejamento um pólo de competição com o ministro da Fazenda.
O PMDB ainda não perdeu as esperanças de recuperar o Ministério dos Transportes, espécie de feudo do partido nos oito anos de governo tucano. A sigla sentiu a perda de cargos em que são tratadas a construção e a recuperação de estradas federais, cuja maior parte foi para o PL, partido do atual ministro, Anderson Adauto.
A intenção do governo é acomodar o PMDB nas estatais, nos Estados e nos conselhos. Anteontem, o presidente do PT, José Genoino, esteve com Ciro para discutir nomeações no Ceará reivindicadas pelo líder do PMDB na Câmara, Eunício Oliveira. O preenchimento de cargos deve se continuar no segundo semestre.
Na votação do projeto que regulamenta o artigo 192, o PMDB entrou com os votos de 62 de seus 71 deputados. A intenção era demonstrar que sua adesão é fundamental para o governo consolidar maioria estável no Congresso.
O Planalto acredita que pode segurar ministérios até dezembro. A avaliação é que PSDB e PFL, além do próprio PMDB, votarão reformas que sempre defenderam, como a previdenciária e a tributária. E espera que a sigla se contente com os cargos de escalão inferior e com a participação nos conselhos. Um dos nomes cotados para o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social é o do senador Pedro Simon (RS).
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