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10/04/2003 - 09h05

Ministros do Supremo batem boca durante julgamento sobre racismo

da Folha de S.Paulo, em Brasília

Um bate-boca entre os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) Moreira Alves e Maurício Corrêa marcou ontem um julgamento de um editor acusado de práticas racistas ao publicar livros com idéias anti-semitas. O julgamento acabou adiado depois de um pedido de vista do ministro Gilmar Mendes.

Em dezembro de 2002, Alves já havia votado contra a condenação do editor de livros do Rio Grande do Sul Siegfried Ellwanger, acusado de racismo por publicar livros que propagam idéias anti-semitas. Ontem, Corrêa posicionou-se de forma oposta, provocando discussão acalorada, com ataques pessoais.

Aparentemente magoado com o surgimento da dissidência, Alves acusou Corrêa de ter copiado o parecer elaborado pelo ex-ministro das Relações Exteriores e professor de direito da Universidade de São Paulo Celso Lafer.

"O senhor foi descortês comigo", disse Corrêa. Alves reagiu: "Diga-me uma frase que comprove a descortesia. Vou sair daqui a dias. Estou há 27 anos no tribunal. Nenhum colega nunca me disse que sou descortês."

Em seguida, Corrêa completou: "Vossa Excelência deu tanta importância a meu voto que passou o tempo todo conversando". Alves retrucou: "Isso aqui não é uma casa de vaidade".

O bate-boca prosseguiu e só terminou porque o ministro Marco Aurélio de Mello, presidente do tribunal, interrompeu a sessão.

Alves é o mais antigo ministro do STF, foi nomeado pelo ex-presidente Ernesto Geisel e deixará o tribunal no dia 19, porque completará 70 anos. Corrêa foi nomeado por Itamar Franco e ontem foi eleito pelos colegas o próximo presidente do STF.
 

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