Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
21/04/2003 - 18h12

Deputada apresenta projeto que transforma serviço militar em facultativo

CAMILO TOSCANO
da Folha Online

Proposta de Emenda à Constituição (PEC) apresentada pela deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) no final do mês passado transforma o serviço militar obrigatório em facultativo. A proposta ainda não foi apreciada por nenhuma das comissões da Câmara dos Deputados.

De acordo com a argumentação da deputada, "o regime militar, marcado por forte presença das Forças Armadas na política brasileira, é passado" e "a preocupação com a defesa do território há muito deixou de ser prioridade".

Para ela, o serviço obrigatório tem se "mostrado prejudicial à conclusão do processo de educação de milhares de jovens, obrigados a interromper seus estudos".

Tempos de paz

No dia 6 de novembro de 2002, a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara já havia aprovado uma PEC do deputado Luiz Antônio Fleury Filho (PTB-SP) sobre o serviço militar obrigatório. No texto de Fleury, no entanto, era utilizada a expressão "serviço voluntário" e que valeria apenas para "os tempos de paz".

A proposta de Fleury foi apensada à uma outra PEC, do deputado Luiz Gonzaga Patriota (PSB-PE), que estende às Polícias Militares e Corpos de Bombeiros a competência para a formação de reservistas.

O texto agora precisa ser aprovado em plenário e aguarda para entrar na pauta de votação.

Crise

Instituído em 1908, a obrigatoriedade do serviço militar era feito por sorteio, inaugurado em 1916. Em 1945, foi implantado o recrutamento por meio de convocação geral por classe.

Tema controverso na sociedade, o serviço militar obrigatório entrou no debate presidencial nas eleições do ano passado, por causa da crise financeira das Forças Armadas.

Com 42% do orçamento de R$ 5,224 bilhões bloqueados por causa da contenção de despesas, o Exército viu-se obrigado a dispensar 44 mil dos 52 mil alistados no início do ano, antecipando em três meses o retorno recrutas a suas casas. A decisão suspendeu o pagamento de auxílio concedidos aos recrutas.

Os candidatos José Serra (PSDB) e Anthony Garotinho (PSB) disseram apoiar o atual sistema, enquanto Ciro Gomes (PPS) colocou-se contra a obrigatoriedade. Eleito presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometeu profissionalizar as Forças Armadas e substituir o sistema por um "serviço civil voluntário".
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página