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23/04/2003
-
19h43
da Agência Folha
Quatro ônibus com 235 trabalhadores em situação análoga à escravidão, segundo o Ministério do Trabalho, foram apreendidos ontem à noite pela Polícia Rodoviária Federal do Piauí. Entre os trabalhadores, havia seis menores, de 16 e 17 anos.
Eles haviam sido recrutados em Barras (PI) para trabalhar na lavoura de cana-de-açúcar da empresa Pagrisa (Pará Pastoril e Agrícola S.A.), em Ulianópolis, no Pará. Cada um dos trabalhadores teve de pagar R$ 60 pela viagem.
De acordo com a chefe de Fiscalização da DRT (Delegacia Regional do Trabalho) em Teresina, Soraia Lima Fernandes, eles estavam viajando sem vínculo empregatício com a empresa e sem garantia de volta. Segundo ela, a contratação deve ser feita no local de origem e com garantia de retorno.
Os ônibus viajavam clandestinamente por estradas vicinais sem a certidão liberatória, que obrigatoriamente precisa ser fornecida pelo Ministério do Trabalho para autorizar o transporte de trabalhadores entre Estados.
Dois ônibus foram apreendidos em Teresina e dois em Timon (MA), cidade separada da capital do Piauí apenas pelo rio Parnaíba. A polícia chegou até eles por meio de uma denúncia anônima.
O "gato" (intermediador das contratações) José Pereira dos Santos, que viajava com eles, foi preso e indiciado por aliciamento. Depois de depor à Polícia Federal, pagou fiança e foi liberado. A Agência Folha não conseguiu localizá-lo.
De acordo com o inspetor Tony Carlos Mauriz Cavalcante, chefe da Fiscalização da Polícia Rodoviária, os trabalhadores passaram a noite em um posto de apoio aos ônibus e hoje iriam voltar para casa. "O desemprego é tão grande que eles chegam a pagar para ser escravizados", disse.
A Pagrisa enviará amanhã representantes para regularizar a situação dos trabalhadores, segundo a chefe de Fiscalização da DRT. A Agência Folha entrou em contato com a empresa ontem à tarde, mas recebeu a informação de que nenhum dos seus representantes estava lá no momento.
Polícia apreende ônibus que transportava trabalhadores escravos no PI
ALESSANDRA KORMANNda Agência Folha
Quatro ônibus com 235 trabalhadores em situação análoga à escravidão, segundo o Ministério do Trabalho, foram apreendidos ontem à noite pela Polícia Rodoviária Federal do Piauí. Entre os trabalhadores, havia seis menores, de 16 e 17 anos.
Eles haviam sido recrutados em Barras (PI) para trabalhar na lavoura de cana-de-açúcar da empresa Pagrisa (Pará Pastoril e Agrícola S.A.), em Ulianópolis, no Pará. Cada um dos trabalhadores teve de pagar R$ 60 pela viagem.
De acordo com a chefe de Fiscalização da DRT (Delegacia Regional do Trabalho) em Teresina, Soraia Lima Fernandes, eles estavam viajando sem vínculo empregatício com a empresa e sem garantia de volta. Segundo ela, a contratação deve ser feita no local de origem e com garantia de retorno.
Os ônibus viajavam clandestinamente por estradas vicinais sem a certidão liberatória, que obrigatoriamente precisa ser fornecida pelo Ministério do Trabalho para autorizar o transporte de trabalhadores entre Estados.
Dois ônibus foram apreendidos em Teresina e dois em Timon (MA), cidade separada da capital do Piauí apenas pelo rio Parnaíba. A polícia chegou até eles por meio de uma denúncia anônima.
O "gato" (intermediador das contratações) José Pereira dos Santos, que viajava com eles, foi preso e indiciado por aliciamento. Depois de depor à Polícia Federal, pagou fiança e foi liberado. A Agência Folha não conseguiu localizá-lo.
De acordo com o inspetor Tony Carlos Mauriz Cavalcante, chefe da Fiscalização da Polícia Rodoviária, os trabalhadores passaram a noite em um posto de apoio aos ônibus e hoje iriam voltar para casa. "O desemprego é tão grande que eles chegam a pagar para ser escravizados", disse.
A Pagrisa enviará amanhã representantes para regularizar a situação dos trabalhadores, segundo a chefe de Fiscalização da DRT. A Agência Folha entrou em contato com a empresa ontem à tarde, mas recebeu a informação de que nenhum dos seus representantes estava lá no momento.
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