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25/04/2003 - 10h48

Fiscal diz à CPI que chefe de inspetoria fazia "24 horas de pressão"

da Folha Online

O fiscal de renda Alfredo Taminada Seabra disse hoje, em depoimento à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Propinoduto, que existia na Inspetoria de Grande Porte na Secretaria de Fazenda do Rio de Janeiro um regime de terror e que os fiscais eram pressionados 24 horas por dia.

"Era pressão 24 horas por dia sobre todos os fiscais, desde o mais baixo até o mais alto escalão", afirmou.

Segundo ele, Carlos Eduardo Pereira Ramos, chefe da inspetoria na gestão de Anthony Garotinho (PSB), entre 1999 e abril de 2002, "sabia de tudo, tinha total controle sobre os fiscais, controlava tudo" e que "não admitia ser contrariado".

Seabra disse também que Pereira Ramos aplicava "punições" aos fiscais que não acatavam suas determinações, como serem mandados para áreas de fiscalização afastadas do Grande Rio. "Eu tinha divergências com Carlos Eduardo. Era mandado frequentemente para Inhagapi [município de Resende]. Fiz carreira em Inhagapi. Brilhava, era estrela no plantão de Inhagapi", afirmou irônico o fiscal.

Pereira Ramos foi preso junto no dia 15 deste mês com outros seis acusados de participação no esquema de corrupção que movimentaria pelo menos US$ 33,4 milhões -todos acusados de manterem contas irregulares na Suíça. O dinheiro seria obtido em cobrança de propina de empresas instaladas no Estado em troca da anistia de multas milionárias. Um oitavo fiscal se entregou no dia seguinte.

Choro

O fiscal Alfredo Seabra acabou chorando ao depor, quando falava do tratamento recebido pela imprensa, por seu suposto envolvimento no esquema. Segundo ele, somente três dos mais de 200 autos de infração aplicados por ele foram cancelados.

"Tenho 40 anos de profissão e não tenho uma mácula no meu passado. Ninguém quer saber como estão meus familiares. Não ando dez metros sem alguém me perguntar o que está havendo comigo", afirmou.
 

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