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28/04/2003 - 20h42

Suplicy vai a Guaribas e critica o Fome Zero

ALESSANDRA KORMANN
da Agência Folha

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) criticou e identificou problemas no Fome Zero, principal vitrine social do governo petista, depois de passar o final de semana conhecendo os municípios do Piauí escolhidos como piloto do programa.

Segundo o senador, o número de famílias atendidas em cada cidade (500) é insuficiente segundo a própria medida provisória que cria o Cartão-Alimentação.

"Em Guaribas, se forem consideradas as famílias que ganham até meio salário mínimo per capita, 730 famílias poderiam ingressar no programa. Entretanto, o governo definiu que seriam apenas 500. Em Acauã também ocorre a mesma coisa, mais de 700 famílias teriam direito", disse.

O texto da MP 108, de 27 de fevereiro, diz que o "Cartão-Alimentação não será concedido para pessoa com renda familiar mensal per capita superior a meio salário mínimo".

Suplicy sugeriu que os comitês gestores apresentem um relatório sobre o caso durante seminário sobre o Fome Zero, que será realizado em Teresina no começo de maio, com a presença de Frei Betto, assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em Paulistana, cidade que deve ser atendida pelo Fome Zero a partir de maio e onde ele também esteve, o senador identificou outro problema.
"O comitê gestor de lá, que já havia selecionado as 500 famílias, disse que foi informado pelo governo federal de que os beneficiados seriam aqueles inscritos no Bolsa-Renda [suspenso neste mês], por meio do Cadastro Único dos Programas Sociais", disse.

Segundo o senador, há famílias mais carentes que não recebiam o Bolsa-Renda, programa do governo de Fernando Henrique Cardoso para as vítimas da seca.

O senador também observou na viagem que os beneficiados pelo Fome Zero compram pouca variedade de alimentos com o dinheiro do programa _principalmente arroz, feijão, óleo e mandioca_ e não consomem frutas e verduras.

Crítico da obrigatoriedade de se comprar apenas alimentos com o dinheiro do Fome Zero, ele sugeriu ao governador do Piauí, Wellington Dias (PT), que, nesta fase de expansão do programa, se faça uma experiência em duas cidades do Estado, sem exigir a comprovação de gastos, para depois se avaliar qual o melhor modelo.

"Aí os comitês poderiam utilizar a energia gasta nesse tema para outras coisas", diz.
 

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