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01/05/2003
-
18h31
JOÃO SANDRINI
SILVIO NAVARRO
da Folha Online, em SP e São Bernardo do Campo
As comemorações do 1º de Maio viraram palco hoje para manifestações favoráveis e contrárias às reformas constitucionais encaminhadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Congresso.
A Força Sindical defendeu as reformas em meio a shows populares, que reuniram, segundo a Polícia Militar, mais de 1 milhão de pessoas em São Paulo. Já a CUT mostrou divergências internas em relação à cobrança dos servidores inativos. No ABC, uma missa pelos trabalhores, que contou com a presença de Lula, virou ato político pelas reformas.
A Força Sindical, historicamente sintonizada com a atual oposição ao governo, defendeu as reformas da Previdência e tributária como forma de promover o avanço do país. O grito "reformas sim, privilégio não" foi repetido várias vezes por representantes de sindicatos ligados à Força. A festa da central reuniu até 1,2 milhão de pessoas na praça Campo de Bagatelle (zona norte de São Paulo).
O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, no entanto, fez duras críticas à política econômica do governo Lula. Segundo ele, na área econômica, o atual governo é igual ou pior ao de FHC.
Já a CUT, cujos integrantes são na maioria membros do PT, mostrou divisão em relação às mudanças mais polêmicas previstas na reforma previdenciária, em especial a contribuição dos inativos.
Cerca de 7% dos integrantes da CUT, ligados à esquerda do movimento sindical, ameaçam formar uma nova central se o presidente João Felício não assumir uma postura mais crítica em relação ao governo e na defesa do trabalhador. Felício, por sua vez, negou que haja um racha na central.
"Há 20 anos ouço falar que a CUT está rachada e isso nunca aconteceu. O que há são divergências em relação às reformas e outros projetos, o que é natural numa democracia", disse Felício.
A disputa dentro da CUT se acirrou nos últimos dias, quando os metalúrgicos de São José dos Campos (ligados ao PSTU) paralisaram as atividades na GM (General Motors) para pedir reposição e gatilho salarial.
Missa
No ABC, a missa do trabalhador na Igreja da Matriz de São Bernardo do Campo estendeu-se do âmbito de celebração religiosa para um ato de defesa das reformas e dos programas sociais do governo federal.
Tanto o arcebisto emérito de São Paulo, d. Paulo Evaristo Arns, como o arcebispo de São Paulo, d. Cláudio Hummes, manifestaram apoio às reformas e a programas como Fome Zero, Primeiro Emprego e propostas de erradicação do analfabetismo e melhoria da qualidade do ensino.
Do púlpito da Matriz de São Bernardo, Lula afirmou que a marcha de ontem ao lado dos 27 governadores para entrega das propostas de reforma tributária e da Previdência ficará marcada na história brasileira. "O que aconteceu ontem a história futura dará mais importância do que a história de hoje. Convencer 27 governadores a irem comigo para o Congresso, que costuma estar vazio em véspera de feriado, mas ontem estava lotado, foi algo fantástico", afirmou.
Paulinho e Brizola
Paulo Pereira da Silva disse em seu discurso que vai apoiar todas as reformas "que melhorem a vida do aposentado e diminuam os impostos". Mas, segundo ele, haverá protesto e até greve se essas reformas tiverem como objetivo tirar direitos dos trabalhadores.
O presidente de honra do PDT, Leonel Brizola, também afirmou que não é possível permitir a taxação dos inativos, mas que seu partido ainda irá analisar os textos das reformas tributária e previdenciária enviados ao Congresso ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, João Inocentini, afirmou que também quer a reforma da Previdência e defendeu um teto de dez salários mínimos para os aposentados, o mesmo proposto pelo governo federal.
Também participou da festa da Força, o presidente da Bovespa, Raymundo Magliano, que defendeu a aprovação das reformas e disse que "o Brasil irá decolar" se elas forem implementadas rapidamente.
Vários artistas se apresentaram nesta manhã na festa da praça Campo de Bagatelle, entre eles o cantor Daniel e a cantora Fafá de Belém.
O sol forte desta tarde fez os Bombeiros jogarem água para refrescar o público.
Manifestações favoráveis e contrárias às reformas roubam a cena no 1º de Maio
EDUARDO CUCOLOJOÃO SANDRINI
SILVIO NAVARRO
da Folha Online, em SP e São Bernardo do Campo
As comemorações do 1º de Maio viraram palco hoje para manifestações favoráveis e contrárias às reformas constitucionais encaminhadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Congresso.
A Força Sindical defendeu as reformas em meio a shows populares, que reuniram, segundo a Polícia Militar, mais de 1 milhão de pessoas em São Paulo. Já a CUT mostrou divergências internas em relação à cobrança dos servidores inativos. No ABC, uma missa pelos trabalhores, que contou com a presença de Lula, virou ato político pelas reformas.
A Força Sindical, historicamente sintonizada com a atual oposição ao governo, defendeu as reformas da Previdência e tributária como forma de promover o avanço do país. O grito "reformas sim, privilégio não" foi repetido várias vezes por representantes de sindicatos ligados à Força. A festa da central reuniu até 1,2 milhão de pessoas na praça Campo de Bagatelle (zona norte de São Paulo).
O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, no entanto, fez duras críticas à política econômica do governo Lula. Segundo ele, na área econômica, o atual governo é igual ou pior ao de FHC.
Já a CUT, cujos integrantes são na maioria membros do PT, mostrou divisão em relação às mudanças mais polêmicas previstas na reforma previdenciária, em especial a contribuição dos inativos.
Cerca de 7% dos integrantes da CUT, ligados à esquerda do movimento sindical, ameaçam formar uma nova central se o presidente João Felício não assumir uma postura mais crítica em relação ao governo e na defesa do trabalhador. Felício, por sua vez, negou que haja um racha na central.
"Há 20 anos ouço falar que a CUT está rachada e isso nunca aconteceu. O que há são divergências em relação às reformas e outros projetos, o que é natural numa democracia", disse Felício.
A disputa dentro da CUT se acirrou nos últimos dias, quando os metalúrgicos de São José dos Campos (ligados ao PSTU) paralisaram as atividades na GM (General Motors) para pedir reposição e gatilho salarial.
Missa
No ABC, a missa do trabalhador na Igreja da Matriz de São Bernardo do Campo estendeu-se do âmbito de celebração religiosa para um ato de defesa das reformas e dos programas sociais do governo federal.
Tanto o arcebisto emérito de São Paulo, d. Paulo Evaristo Arns, como o arcebispo de São Paulo, d. Cláudio Hummes, manifestaram apoio às reformas e a programas como Fome Zero, Primeiro Emprego e propostas de erradicação do analfabetismo e melhoria da qualidade do ensino.
Do púlpito da Matriz de São Bernardo, Lula afirmou que a marcha de ontem ao lado dos 27 governadores para entrega das propostas de reforma tributária e da Previdência ficará marcada na história brasileira. "O que aconteceu ontem a história futura dará mais importância do que a história de hoje. Convencer 27 governadores a irem comigo para o Congresso, que costuma estar vazio em véspera de feriado, mas ontem estava lotado, foi algo fantástico", afirmou.
Paulinho e Brizola
Paulo Pereira da Silva disse em seu discurso que vai apoiar todas as reformas "que melhorem a vida do aposentado e diminuam os impostos". Mas, segundo ele, haverá protesto e até greve se essas reformas tiverem como objetivo tirar direitos dos trabalhadores.
O presidente de honra do PDT, Leonel Brizola, também afirmou que não é possível permitir a taxação dos inativos, mas que seu partido ainda irá analisar os textos das reformas tributária e previdenciária enviados ao Congresso ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, João Inocentini, afirmou que também quer a reforma da Previdência e defendeu um teto de dez salários mínimos para os aposentados, o mesmo proposto pelo governo federal.
Também participou da festa da Força, o presidente da Bovespa, Raymundo Magliano, que defendeu a aprovação das reformas e disse que "o Brasil irá decolar" se elas forem implementadas rapidamente.
Vários artistas se apresentaram nesta manhã na festa da praça Campo de Bagatelle, entre eles o cantor Daniel e a cantora Fafá de Belém.
O sol forte desta tarde fez os Bombeiros jogarem água para refrescar o público.
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