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02/05/2003 - 20h40

Polícia Federal indicia "laranjas" no caso do "Propinoduto" no RJ

FERNANDA DA ESCÓSSIA
MAURÍCIO THUSWOHL

da Folha de S.Paulo, no Rio

Cinco funcionários dos empresários Reinaldo Pitta e Alexandre Martins foram indiciados hoje pela Polícia Federal depois de afirmar que agiam como "laranjas" dos patrões, ou seja, emprestando suas contas bancárias para movimentação de dinheiro que não lhes pertencia.

Germano da Silva Filho, Marcelo Fernandes Mesquita, Valdir Ferreira de Freitas, Paulo Sekeguchi e Arílson da Silva Dias foram indiciados sob a acusação de lavagem de dinheiro na investigação da PF sobre o suposto esquema de corrupção envolvendo fiscais e auditores do Rio.

A PF já tem indícios de que Pitta e Martins, procuradores de vários jogadores de futebol, agiam no envio de dinheiro dos fiscais e auditores para contas no DBTC (Discount Bank and Trust Company, hoje Union Bancaire Privée). O suposto esquema enviou pelo menos US$ 33,4 milhões para a Suíça.

Os funcionários, todos empregados das empresas Gortin Promoções Ltda. e Passabra Câmbio e Turismo Ltda., afirmaram que cediam nomes e CPFs para a abertura de contas bancárias no Brasil, em agências no Rio de Janeiro, movimentadas pelos patrões.

Eles disseram não saber, porém, a origem do dinheiro que transitava em suas contas. Declararam ainda que assinavam cheques em branco, normalmente em valores abaixo de R$ 10 mil. Seus salários são de aproximadamente R$ 350.

Buscas realizadas pela PF nas empresas de Pitta e Martins localizaram cheques em nomes de empregados. Numa busca na casa de um funcionário, foi encontrado um fax do DBTC com o número de uma conta. Também foram encontradas agendas com números de telefones de vários fiscais e auditores investigados, além de dados cadastrais e bancários dos mesmos.

De acordo com a investigação realizada até agora pela PF, as empresas de Pitta e Martins eram parte de um esquema de envio de dinheiro para o exterior que passava ainda pela Coplac, representante do DBTC no Rio.
Na Coplac os fiscais e auditores iniciariam o processo de abertura de contas, fornecendo nomes e dados cadastrais repassados ao banco na Suíça.
Pitta e Martins serão ouvidos pela Polícia Federal na próxima semana.

Como oito fiscais já estão presos desde 15 de abril, o inquérito da PF tem de ser concluído até 14 de maio (ou seja, 30 dias após a prisão).
Até agora já foram indiciadas 26 pessoas: 12 fiscais e auditores, três beneficiários de suas contas, dois proprietários e uma funcionária da Coplac, cinco funcionários de Pitta e Martins, o lobista Romeu Sufan, o procurador do Estado Geraldo Barbosa e seu filho, José Diogo Barbosa.

Pitta e Martins foram procurados hoje pela Folha e não foram localizados.

O Ministério Público Federal entrou ontem com um mandado de segurança no TRF (Tribunal Regional Federal) pedindo a transferência dos fiscais e auditores para um presídio. Eles estão presos num quartel da PM no Leblon (zona sul).
 

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