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09/05/2003 - 19h06

Acordo com o governo é certo, mas não atrai PMDB inteiro

FELIPE FREIRE
RICARDO MIGNONE

da Folha Online, em Brasília

Enquanto uma ala do PMDB resiste à aliança firmada ontem com o PT, a outra parte já fala como governo. Na prática, os congressistas beneficiados pelo acordo afirmam que não há retrocesso nas negociações. Na contramão, lideranças do partido, como o próprio presidente da legenda, Michel Temer (SP), demonstram descontetamento.

"Quero deixar bem claro: o partido não está no governo", disse Temer.

O acordo anunciado pelo ministro José Dirceu (Casa Civil) e pelo líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros, prevê a indicação do senador Amir Lando (PMDB-RO) para a liderança do governo no Congresso, a imediata participação de nomes do partido no segundo escalão e um ministério para a legenda após a aprovação das reformas previdenciária e tributária.

"Há uma minoria que vem de uma relação íntima com o FHC [Fernando Henrique Cardoso], que sempre se opôs a esse caminho. Vamos fazer vários gestos na próxima semana, demonstrando os entendimentos que foram feitos", afirmou o líder petista no Senado, Aloizio Mercadante (SP), um dos principais articuladores do governo.

A principal demonstração da aproximação entre os partidos seria um almoço na semana que vem entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a bancada do PMDB na casa do senador José Sarney (AP).

Com o apoio dos peemedebistas, seria quase certa a aprovação das propostas do Executivo. No Senado, por exemplo, o governo seria maioria, com 53 integrantes -14 do PT, 18 aliados e 21 do PMDB. Na Câmara, a adesão poderia atrair 70 deputados do PMDB, a terceira bancada da Casa.

Resistência

A ala peemedebista afinada com o governo classificou os três principais descontentes com a aliança -Michel Temer e os deputados Geddel Vieira Lima (BA) e Eliseu Padilha (RS)- como "viúvas de FHC".

Temer foi presidente da Câmara durante o segundo mandato de FHC (1998-2002), Geddel era líder do partido e Padilha foi ministro dos Transportes de 1997 a 2001.

Geddel ironizou o acordo afirmando que estão "enganando o presidente". "Não digam que têm todos os votos da bancada porque não têm."

Na mesma linha, Padilha (PMDB-RS) declarou que "o anúncio de ontem é uma grande mentira".

Beneficiados

Além da liderança no Congresso, cargos no segundo escalão e um futuro ministério, o pacote ao PMDB inclui a indicação de Sérgio Machado, ex-líder tucano no Senado, para a Transpetro.
 

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