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10/05/2003
-
05h31
da Folha de S.Paulo, em Rio Branco
Cercado por cinco governadores da região Norte e por 11 ministros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante discurso ontem em Rio Branco (AC), atacou a elaboração de projetos de desenvolvimento regional por "tecnocratas e burocratas".
"Chegou o fim da era em que o desenvolvimento do país era pensado a partir da tecnocracia e da burocracia de Brasília. Estamos agora fazendo o desenvolvimento a partir das regiões", afirmou.
O presidente iniciou ontem no Acre uma série de cinco reuniões por região geográfica do país com governadores, para discutir projetos regionalizados. "Há que se pensar o Brasil no nível nacional, mas também no nível regional e no nível setorial", afirmou.
Participaram da reunião com Lula os governadores do Acre, Jorge Viana (PT), do Amazonas, Eduardo Braga (PPS), do Amapá, Waldez Góes (PDT), de Roraima, Flamarion Portela (PT) e de Rondônia, Ivo Cassol (PSDB) -este último chegou para o encontro usando um chapéu de vaqueiro típico de seu Estado. Esteve ausente o governador do Pará, Simão Jatene (PSDB). A reunião durou cerca de seis horas.
Ao final do evento, o governo federal assinou três protocolos de intenção com os Estados. O primeiro prevê a constituição dos chamados "assentamentos florestais", em que os sem-terra assentados, em vez de se dedicarem à agricultura, praticariam o manejo florestal e o extrativismo.
Outro acordo implantou um grupo de trabalho para elaborar, em três meses, o "Programa de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia", englobando áreas como preservação ambiental, definição de matriz energética e desenvolvimento econômico.
Por fim, foi assinado termo de cooperação redefinindo as atribuições do Banco da Amazônia, que agora deverá dar maior atenção ao financiamento de projetos regionais. Lula anunciou a liberação de R$ 227 milhões em caráter imediato para os financiamentos.
Imprensa
A reunião para discutir políticas de compensação regional foi em parte uma forma de Lula oferecer uma compensação pelo fato de o governo ter recuado na proposta de mudar a tributação do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) da origem (sobre a produção) para o destino (sobre o consumo).
A alteração era reivindicação dos Estados menores, que têm parque industrial pequeno, mas houve resistência de Estados mais ricos, como São Paulo e Minas Gerais. O assunto deve voltar à pauta dentro de dois anos.
Lula prometeu, após visitar o hospital Souza Araújo, especializado em tratamento de vítimas da hanseníase, erradicar a doença até o final de seu mandato.
Lula enfrentou um pequeno protesto à noite, ao inaugurar um hospital infantil. "FMI=FHC=Lula", dizia uma faixa carregada por um grupo de dez estudantes.
No Acre, Lula ataca "tecnocracia" de Brasília
FÁBIO ZANINIda Folha de S.Paulo, em Rio Branco
Cercado por cinco governadores da região Norte e por 11 ministros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante discurso ontem em Rio Branco (AC), atacou a elaboração de projetos de desenvolvimento regional por "tecnocratas e burocratas".
"Chegou o fim da era em que o desenvolvimento do país era pensado a partir da tecnocracia e da burocracia de Brasília. Estamos agora fazendo o desenvolvimento a partir das regiões", afirmou.
O presidente iniciou ontem no Acre uma série de cinco reuniões por região geográfica do país com governadores, para discutir projetos regionalizados. "Há que se pensar o Brasil no nível nacional, mas também no nível regional e no nível setorial", afirmou.
Participaram da reunião com Lula os governadores do Acre, Jorge Viana (PT), do Amazonas, Eduardo Braga (PPS), do Amapá, Waldez Góes (PDT), de Roraima, Flamarion Portela (PT) e de Rondônia, Ivo Cassol (PSDB) -este último chegou para o encontro usando um chapéu de vaqueiro típico de seu Estado. Esteve ausente o governador do Pará, Simão Jatene (PSDB). A reunião durou cerca de seis horas.
Ao final do evento, o governo federal assinou três protocolos de intenção com os Estados. O primeiro prevê a constituição dos chamados "assentamentos florestais", em que os sem-terra assentados, em vez de se dedicarem à agricultura, praticariam o manejo florestal e o extrativismo.
Outro acordo implantou um grupo de trabalho para elaborar, em três meses, o "Programa de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia", englobando áreas como preservação ambiental, definição de matriz energética e desenvolvimento econômico.
Por fim, foi assinado termo de cooperação redefinindo as atribuições do Banco da Amazônia, que agora deverá dar maior atenção ao financiamento de projetos regionais. Lula anunciou a liberação de R$ 227 milhões em caráter imediato para os financiamentos.
Imprensa
A reunião para discutir políticas de compensação regional foi em parte uma forma de Lula oferecer uma compensação pelo fato de o governo ter recuado na proposta de mudar a tributação do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) da origem (sobre a produção) para o destino (sobre o consumo).
A alteração era reivindicação dos Estados menores, que têm parque industrial pequeno, mas houve resistência de Estados mais ricos, como São Paulo e Minas Gerais. O assunto deve voltar à pauta dentro de dois anos.
Lula prometeu, após visitar o hospital Souza Araújo, especializado em tratamento de vítimas da hanseníase, erradicar a doença até o final de seu mandato.
Lula enfrentou um pequeno protesto à noite, ao inaugurar um hospital infantil. "FMI=FHC=Lula", dizia uma faixa carregada por um grupo de dez estudantes.
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