12/05/2003 - 12h03

Radicais usam documento assinado por cúpula para ficarem no PT

SILVIO NAVARRO
da Folha Online

Um documento de 1999 assinado pelo presidente nacional do PT, José Genoino, e pelo ministro José Dirceu (Casa Civil) será utilizado hoje pelos radicais como argumento para que eles sejam mantidos no partido.

Trazido pela deputada federal Luciana Genro (PT-RS), o texto ataca pontos da reforma da Previdência proposta pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, em especial a taxação de servidores inativos.

A taxação é o principal alvo das críticas dos radicais, como a senadora Heloísa Helena (AL) e os deputados federais João Batista Araújo, o Babá (PA), e Lindberg Farias (RJ), além de Luciana Genro.

A reunião acontece desde às 10h com a presença de petistas das mais diversas correntes do partido está sendo realizada na sede da Executiva Nacional, em São Paulo.

O senador Eduardo Suplicy (SP) chegou defendendo o "direito de expressão" dos radicais, como já havia feito em carta divulgada ontem. Para o deputado federal prof. Luizinho (SP), favorável à saída dos quatro congressistas, "fidelidade, compromisso e respeito, está no estatuto do PT. Quem não tiver, está fora".

Genoino, que hoje defendeu que só um "pacto pelas reformas" pode salvar os radicais, foi o primeiro a chegar, e a prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, foi a última -por volta das 11h30.

Manifestações

Os radicais contaram também com o apoio de cerca de 50 pessoas que estão em frente à sede da executiva e protestam contra a reforma da Previdência e, principalmente, contra expulsão dos congressistas.

Em sua maioria servidores públicos, eles distribuem adesivos com os dizeres "sou radical, contra a reforma e expulsão dos radicais", além de gritarem: "Lula, meu presidente, essa reforma é indecente".

Eles trouxeram também faixas com as frases "Quem lutou pela derrubada da ditadura não pode impor censura" e "Pelo direito de expressão dos parlamentares".

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