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22/05/2003
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08h40
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou ontem que é preciso ter "coragem" e "consciência" para mudar de convicções. "É preciso ter uma inteligência intelectual grande para ter coragem, em certos momentos, de ficar contra aquilo em que se acreditou", disse FHC ao se referir ao historiador Caio Prado Júnior durante o discurso de comemoração dos 60 anos da editora Brasiliense, em São Paulo.
"Esse foi Caio [Prado Júnior]. E quantas vezes ele esteve isolado", completou o ex-presidente, em uma referência ao autor do clássico "Formação do Brasil Contemporâneo" (1942) e fundador da editora, que completou 60 anos.
Marxista, Caio Prado Júnior (1907-1990) foi militante do PCB, mas, por meio da revista Brasiliense, criticou o partido por sua suposta falta de independência em relação aos governos de Juscelino Kubistchek (1956-1961) e João Goulart (1961-1964).
A frase de Fernando Henrique pode ser interpretada tanto como uma alusão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que é constantemente acusado no próprio PT de ter mudado de posição em relação a temas como Previdência e política econômica, como a sua própria trajetória política.
Fernando Henrique é apontado como autor de uma declaração polêmica. Em 1993, ele teria dito "esqueçam o que escrevemos no passado, porque o mundo mudou e a realidade hoje é outra", durante encontro com empresários. O ex-presidente, à época ministro da Fazenda, nega que tenha dito a frase atribuída a ele.
Ao discursar para uma platéia de cerca de 600 pessoas, FHC elogiou o que chamou de "pensamento crítico num sentido amplo" introduzido pelas primeiras publicações da editora, como os livros de Monteiro Lobato. Para o sociólogo, o pensamento crítico não pode ser "alinhado, mas crítico a tudo". "Claro que com valores, mas com a consciência."
FHC diz que é preciso ter "coragem" e "consciência" para mudar de posição
da Folha de S.PauloO ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou ontem que é preciso ter "coragem" e "consciência" para mudar de convicções. "É preciso ter uma inteligência intelectual grande para ter coragem, em certos momentos, de ficar contra aquilo em que se acreditou", disse FHC ao se referir ao historiador Caio Prado Júnior durante o discurso de comemoração dos 60 anos da editora Brasiliense, em São Paulo.
"Esse foi Caio [Prado Júnior]. E quantas vezes ele esteve isolado", completou o ex-presidente, em uma referência ao autor do clássico "Formação do Brasil Contemporâneo" (1942) e fundador da editora, que completou 60 anos.
Marxista, Caio Prado Júnior (1907-1990) foi militante do PCB, mas, por meio da revista Brasiliense, criticou o partido por sua suposta falta de independência em relação aos governos de Juscelino Kubistchek (1956-1961) e João Goulart (1961-1964).
A frase de Fernando Henrique pode ser interpretada tanto como uma alusão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que é constantemente acusado no próprio PT de ter mudado de posição em relação a temas como Previdência e política econômica, como a sua própria trajetória política.
Fernando Henrique é apontado como autor de uma declaração polêmica. Em 1993, ele teria dito "esqueçam o que escrevemos no passado, porque o mundo mudou e a realidade hoje é outra", durante encontro com empresários. O ex-presidente, à época ministro da Fazenda, nega que tenha dito a frase atribuída a ele.
Ao discursar para uma platéia de cerca de 600 pessoas, FHC elogiou o que chamou de "pensamento crítico num sentido amplo" introduzido pelas primeiras publicações da editora, como os livros de Monteiro Lobato. Para o sociólogo, o pensamento crítico não pode ser "alinhado, mas crítico a tudo". "Claro que com valores, mas com a consciência."
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