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27/05/2003
-
16h55
da Folha Online, em Brasília
Em entrevista a jornalistas estrangeiros hoje no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que mantém as mesmas visões políticas e ideológicas de sua trajetória política, mas que precisou se adaptar às exigências da vida. "Eu não mudei ideologicamente, a vida é que muda", afirmou o presidente aos jornalistas.
"Quando você casa, fica tudo dependendo da esposa. Se a esposa não gosta dos seus amigos, você acaba não vendo eles", exemplificou, ao comentar a situação econômica do país.
Juros
Segundo o jornalista Juan Arias, do "El País", da Espanha, Lula defendeu a taxa básica de juros estabelecida pelo Banco Central. "Ele disse que não adiantava baixar agora e ter de subir novamente". Ele argumentou que a redução de um ponto percentual da taxa provocaria apenas um efeito "psicológico".
Lula, no entanto, se mostrou preocupado com as taxas de juros cobradas pelos bancos para a população. Ele mencionou, por exemplo, o juro do cheque especial, que hoje bateu os 178%, maior taxa desde abril de 1999.
O presidente disse que o governo está empenhado em combater o crime organizado, mas se posicionou contra a ação do Exército nas ruas do Rio de Janeiro. "Um recruta de 20 anos não está preparado para ir às ruas". Ao defender o Plano de Segurança Nacional, coordenado pelo Ministério da Justiça, ele disse "que a polícia foi criada para tratar de ladrão e não de crime organizado."
Arias também relatou que o presidente estava curioso em saber sobre a imagem do Brasil no exterior. A resposta positiva dos correspondentes fez Lula dizer que acorda todos os dias otimista e que conseguirá realizar todos os seus projetos.
América Latina
Para o jornalista japonês Keiichi Homma, do jornal The Yomiuri Shimbun, Lula teria dito que a integração da América do Sul é a prioridade de seu governo na política internacional. Homma disse ainda que o presidente brasileiro apresentará no encontro do G-8, em Evian, na França, um projeto de criação de um fundo internacional de combate à pobreza.
Sobre o atual momento da América Latina, Lula afirmou que as mudanças na região deveriam ocorrer agora. "Uma nova chance só em 50 anos".
Lula diz que não mudou ideologicamente
FELIPE FREIREda Folha Online, em Brasília
Em entrevista a jornalistas estrangeiros hoje no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que mantém as mesmas visões políticas e ideológicas de sua trajetória política, mas que precisou se adaptar às exigências da vida. "Eu não mudei ideologicamente, a vida é que muda", afirmou o presidente aos jornalistas.
"Quando você casa, fica tudo dependendo da esposa. Se a esposa não gosta dos seus amigos, você acaba não vendo eles", exemplificou, ao comentar a situação econômica do país.
Juros
Segundo o jornalista Juan Arias, do "El País", da Espanha, Lula defendeu a taxa básica de juros estabelecida pelo Banco Central. "Ele disse que não adiantava baixar agora e ter de subir novamente". Ele argumentou que a redução de um ponto percentual da taxa provocaria apenas um efeito "psicológico".
Lula, no entanto, se mostrou preocupado com as taxas de juros cobradas pelos bancos para a população. Ele mencionou, por exemplo, o juro do cheque especial, que hoje bateu os 178%, maior taxa desde abril de 1999.
O presidente disse que o governo está empenhado em combater o crime organizado, mas se posicionou contra a ação do Exército nas ruas do Rio de Janeiro. "Um recruta de 20 anos não está preparado para ir às ruas". Ao defender o Plano de Segurança Nacional, coordenado pelo Ministério da Justiça, ele disse "que a polícia foi criada para tratar de ladrão e não de crime organizado."
Arias também relatou que o presidente estava curioso em saber sobre a imagem do Brasil no exterior. A resposta positiva dos correspondentes fez Lula dizer que acorda todos os dias otimista e que conseguirá realizar todos os seus projetos.
América Latina
Para o jornalista japonês Keiichi Homma, do jornal The Yomiuri Shimbun, Lula teria dito que a integração da América do Sul é a prioridade de seu governo na política internacional. Homma disse ainda que o presidente brasileiro apresentará no encontro do G-8, em Evian, na França, um projeto de criação de um fundo internacional de combate à pobreza.
Sobre o atual momento da América Latina, Lula afirmou que as mudanças na região deveriam ocorrer agora. "Uma nova chance só em 50 anos".
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