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29/05/2003 - 07h21

PT cederá ministério ao PMDB, diz Dirceu

RAQUEL ULHÔA
da Folha de S.Paulo, em Brasília

O ministro José Dirceu (Casa Civil) afirmou ontem que o PT terá de ceder lugar ao PMDB no primeiro escalão do governo, na reforma ministerial a ser realizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para acomodar o mais novo parceiro.

"Essa [a reforma] é uma questão que o presidente da República tratará no momento adequado. Evidentemente, a participação de outros partidos, e do PMDB, no governo depende de mudanças no ministério, particularmente nos ministérios do PT", disse Dirceu, após encontro com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). O momento para a data da troca de cadeiras, segundo ele, depende de Lula -especula-se que seja em dezembro.

A necessidade do "sacrifício" petista na reforma ministerial foi defendida de forma ainda mais clara pelo líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP). "O PMDB, quando entrar no ministério, será na cota do PT. Não pretendemos substituir os aliados [que já ocupam cargos no governo], porque queremos que fiquem conosco até o fim. Estamos ampliando as nossas alianças. Temos que cortar na nossa cota. Quem é partido do presidente da República tem que pensar grande. Espírito público e disposição para o sacrifício têm que começar sempre pelo PT", disse.

Hoje, o PT tem 20 titulares dos 35 cargos com status de ministros -24 ministérios, cinco secretarias especiais com status de ministérios e seis cargos na Presidência da República cujos ocupantes também têm status de ministro, incluindo o próprio Dirceu. Além do PT, ocupam ministérios os seguintes partidos: PL, PDT, PSB, PPS, PV, PTB e PC do B, com uma vaga cada um.

O líder do governo informou que a reforma ministerial será realizada por Lula somente após a aprovação das reformas, quando será iniciada uma ""nova etapa" do governo. E aí caberá ao PMDB um ministério, segundo ele.

Dirceu convidou Sarney e a direção do PMDB para, em encontro com Lula na quinta-feira da próxima semana, comunicarem oficialmente a decisão do partido de apoiar o governo no Congresso, tomada anteontem pela Executiva. "O PMDB tomou a decisão política de apoiar o governo, integrar a base governista e participar do núcleo de decisão do governo e da sua coordenação política. E vai influir na política do governo", disse. E considerou a participação no governo consequência natural do processo, pelo eleitorado e peso político do PMDB.

O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), disse que o partido não irá defender a antecipação da reforma ministerial nem priorizar a ocupação de cargos. Segundo ele, isso seria "minimizar" a decisão de apoiar o governo, que considera boa para ambos os lados. No caso do PMDB, Renan disse que isso ajuda a unidade partidária, aproximando as correntes pró e contra o governo.

Dirceu comentou a decisão do PSDB de não fechar questão em torno das reformas, mas de votar a favor, apresentando emendas. "Fico feliz em saber que podemos abrir um diálogo com o PSDB em torno das reformas, porque isso é importante para o Brasil."
 

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