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29/05/2003
-
17h01
da Folha Online, em Brasília
O PDT decidiu hoje que as bancadas do partido na Câmara e no Senado não vão votar a favor da cobrança dos servidores aposentados, prevista na proposta de reforma da Previdência, que tramita no Congresso. O presidente do partido, Leonel Brizola, se reuniu com as bancadas para fechar questão contra a taxação dos inativos, considerada pelo ex-governador uma "regressão".
Além disso, não está descartada a possibilidade de os pedetistas também votarem contra a admissibilidade de toda a reforma na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). Brizola defende que a proposta ainda precisa de mudanças pontuais.
Quanto à reforma tributária, aprovada hoje pela CCJ, Brizola disse que o PDT ainda não tem posição firmada sobre o mérito da proposta. Ele afirmou, no entanto, que o partido não renunciará aos seus princípios. "Quem tem mais, ganha mais; tem que pagar mais imposto", disse. Nenhum deputado do PDT compareceu à CCJ para a votação.
Apesar de o PDT ainda contar com um ministro no governo (Miro Teixeira-Comunicações), Brizola alertou que o partido está se distanciado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Passamos a assumir uma atitude de independência em relação ao governo", afirmou. "Lamento sinceramente que o presidente tome o rumo que está tomando."
Brizola comparou o governo Lula com o de João Goulart, presidente deposto em 31 de março de 1964 pelo golpe militar. Ele disse que se Lula nem seria eleito se tivesse dito na campanha eleitoral o que está fazendo no governo.
"Quando se assume um compromisso com a oposição ou como candidato, no governo tem que dar cumprimento. Não se pode mudar. Quando se tem que adotar alguma tática, mesmo assim é preciso dar explicações", declarou.
Garotinho
Sobre o eventual retorno ao PDT da governadora do Rio de Janeiro, Rosinha Garotinho e do marido dela, Anthony Garotinho, ex-governador e atual secretário de Segurança Pública, Brizola disse se sentir entusiasmado com a possibilidade. Ambos estão atualmente no PSB.
Mas ele deixou claro que, se o retorno se concretizar, será sob condições. Brizola disse, com ironia, que a volta do casal Garotinho para o partido pode causar problemas.
"Não negamos esse direito a ele, como parte dos direitos humanos. Se o Garotinho quiser voltar ao PDT será no último lugar. E ela [Rosinha] também, para não separarmos o casal. Trazer o Garotinho de volta é arrumar sarna para se coçar", disse Brizola.
PDT decide contra cobrança de inativos e deve rejeitar reforma
RICARDO MIGNONEda Folha Online, em Brasília
O PDT decidiu hoje que as bancadas do partido na Câmara e no Senado não vão votar a favor da cobrança dos servidores aposentados, prevista na proposta de reforma da Previdência, que tramita no Congresso. O presidente do partido, Leonel Brizola, se reuniu com as bancadas para fechar questão contra a taxação dos inativos, considerada pelo ex-governador uma "regressão".
Além disso, não está descartada a possibilidade de os pedetistas também votarem contra a admissibilidade de toda a reforma na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). Brizola defende que a proposta ainda precisa de mudanças pontuais.
Quanto à reforma tributária, aprovada hoje pela CCJ, Brizola disse que o PDT ainda não tem posição firmada sobre o mérito da proposta. Ele afirmou, no entanto, que o partido não renunciará aos seus princípios. "Quem tem mais, ganha mais; tem que pagar mais imposto", disse. Nenhum deputado do PDT compareceu à CCJ para a votação.
Apesar de o PDT ainda contar com um ministro no governo (Miro Teixeira-Comunicações), Brizola alertou que o partido está se distanciado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Passamos a assumir uma atitude de independência em relação ao governo", afirmou. "Lamento sinceramente que o presidente tome o rumo que está tomando."
Brizola comparou o governo Lula com o de João Goulart, presidente deposto em 31 de março de 1964 pelo golpe militar. Ele disse que se Lula nem seria eleito se tivesse dito na campanha eleitoral o que está fazendo no governo.
"Quando se assume um compromisso com a oposição ou como candidato, no governo tem que dar cumprimento. Não se pode mudar. Quando se tem que adotar alguma tática, mesmo assim é preciso dar explicações", declarou.
Garotinho
Sobre o eventual retorno ao PDT da governadora do Rio de Janeiro, Rosinha Garotinho e do marido dela, Anthony Garotinho, ex-governador e atual secretário de Segurança Pública, Brizola disse se sentir entusiasmado com a possibilidade. Ambos estão atualmente no PSB.
Mas ele deixou claro que, se o retorno se concretizar, será sob condições. Brizola disse, com ironia, que a volta do casal Garotinho para o partido pode causar problemas.
"Não negamos esse direito a ele, como parte dos direitos humanos. Se o Garotinho quiser voltar ao PDT será no último lugar. E ela [Rosinha] também, para não separarmos o casal. Trazer o Garotinho de volta é arrumar sarna para se coçar", disse Brizola.
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