Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
29/05/2003 - 21h39

Radicais falam em negociação com "autonomia" com a cúpula do PT

FÁBIO GUIBU
da Agência Folha, em Olinda

Deputados federais da chamada ala radical do PT afirmaram hoje em Olinda (PE) que só aceitam negociar a paz com a cúpula do partido se lhes for garantida total autonomia em relação às decisões da legenda.

"Estamos dispostos a fazer qualquer acordo com a cúpula que não envolva o nosso silêncio diante dos erros que vêm sendo cometidos pelo governo, a nossa ausência das lutas e mobilizações, como a da reforma da Previdência, e o nosso voto a qualquer proposta que atinja os direitos dos trabalhadores", declarou a deputada Luciana Genro (RS).

A parlamentar descartou qualquer possibilidade de o grupo, composto também pela senadora Heloísa Helena (AL) e os deputados João Batista "Babá" (PA) e João Fontes (PB), deixarem o partido por conta própria.

"Não vamos fazer a nossa mala e ir embora do PT como eles gostariam", afirmou. "Nós vamos resistir, não vamos trocar a legenda do PT pela nossa ética, pelos nossos princípios."

Genro disse ainda que os radicais querem "virar o jogo" e que só poderão fazer isso se forem rebeldes. "A rebeldia é necessária", declarou. "O partido não pode sucumbir à lógica do toma-lá-dá-cá", afirmou.

A deputada voltou a cobrar "coerência do governo com os compromissos de campanha" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e disse que, "lamentavelmente", o governo, em seu projeto de reforma da Previdência, "preferiu dar ouvidos à elite e ceder às pressões da alta cúpula do Poder Judiciário ao colocar o teto em mais de R$ 17 mil e desmontar o subteto dos Estados".

Sobre as últimas ações do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), a parlamentar afirmou que elas ocorrem em "legítima defesa" e "são uma resposta à violência que eles [os sem-terra] sofrem no campo, na luta pela reforma agrária, do latifúndio armado e da polícia".

Luciana Genro, Babá e João Fontes estiveram ontem em Olinda para participar de um ato público em solidariedade à vereadora Ceres Figueiredo (PT), suspensa pelo partido por se recusar a retirar sua assinatura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) instaurada para investigar supostas irregularidades em uma fundação de ensino superior da cidade. O diretor da fundação foi indicado pelo PC do B, partido que é aliado do PT no Estado e administra Olinda.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página