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22/08/2000 - 20h51

Índios retêm antropólogo em escritório da Funai

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CELSO BEJARANO JR.
da Agência Folha, em Campo Grande

O antropólogo da Funai Edson Lasmar está sendo mantido como refém dos cerca de cem índios terenas que invadiram a sede da instituição, ontem de manhã, em Campo Grande.

Os terenas acham que Lasmar errou na demarcação de uma área indígena, no município de Sidrolândia, onde moram em cinco aldeias, que ocupam uma área de 2.090 hectares.

Os terenas consideram que têm direito a 18 mil hectares, por terem ocupação secular sobre a área, que está atualmente sob controle de fazendeiros. O trabalho de Lasmar apurou que os índios teriam direito a 10 mil hectares.

Os índios disseram que só deixam o local quando o antropólogo for substituído por outro profissional indicado pelo comando da instituição, em Brasília. De acordo com os terenas, ontem à noite chegaria à cidade o chefe do DAF (Departamento de Assuntos Fundiários) da Funai, Valter Coutinho, que tentaria resolver o impasse.

Lasmar, que está retido na sede da Funai desde as 10h de segunda-feira, não conversou com a imprensa. "É uma decisão dele (Lasmar), nós não estamos impedindo nada. Tanto que ele já atendeu a dois telefonemas, um da mãe e outro da namorada, que moram em Brasília", disse o representante dos índios, Vinícius Jorge.

Jorge afirmou que o antropólogo deixou de incluir no estudo uma área conhecida como Linha das Correntes. "Isso foi uma irresponsabilidade. Significa para nós uma perda de quase 8.000 hectares. Por isso, queremos nova pesquisa."

Os índios terenas ocupam desde abril passado três propriedades particulares. "Vamos resistir até que seja comprovado que aquelas terras são nossas", disse Jorge.

Os donos das fazendas invadidas entraram com pedido de reintegração de posse na Justiça, conseguiram, mas a decisão foi suspensa pela Justiça Federal de Mato Grosso do Sul. A ordem judicial permite que os índios permaneçam nas propriedades enquanto não for concluído o estudo antropológico da área.

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