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09/06/2003
-
21h33
da Agência Folha, em Belo Horizonte
O assessor especial da Presidência e responsável pelo mutirão popular do Fome Zero, Frei Betto, contestou a informação de que o programa de combate à fome do governo gastou até agora mais dinheiro com distribuição de cestas básicas a sem-terra do que com o repasse de R$ 50 por mês às famílias de municípios do semi-árido nordestino por meio do Cartão-Alimentação.
Ontem, aFolha publicou que, de acordo com levantamento feito no Siafi (sistema informatizado de acompanhamento de dados da União), foram gastos até agora R$ 6,7 milhões na compra de cestas básicas --mais de cinco vezes o dinheiro do cartão-alimentação, R$ 1,2 milhão.
"Se a notícia é essa [sobre mais gastos com cestas básicas], que não li ainda, não tem fundamento", afirmou Betto. "É uma informação que não confere com os dados que tenho, participando por dentro do Fome Zero."
Sobre o cadastro do programa, Betto disse que "infelizmente não temos encontrado tanta transparência como deveria". Por enquanto, o benefício de R$ 50 só está sendo pago para quem já fazia parte do Cadastro Único dos Programas Sociais, herdado incompleto da gestão FHC, por ter rejeitado o registro de quem não tem documento e alcançado apenas 65% das famílias que estariam aptas a receber o dinheiro.
Frei Betto confirmou que o Ministério da Segurança Alimentar, responsável pelo programa, está iniciando pesquisa qualitativa por amostragem em seis cidades do Piauí e Rio Grande do Norte, para evitar irregularidades como as que causaram a exclusão de 14% das primeiras famílias inscritas no Fome Zero. Ele preferiu --ao contrário de outras ocasiões-- não responsabilizar o governo anterior e atribuiu as falhas às prefeituras e cadastradores "que não tiveram o devido cuidado [durante o cadastramento]".
O assessor especial da Presidência disse ainda que, durante a reformulação do cadastro que está sendo feita pelo governo, já foram detectadas "raras tentativas" de prefeitos e funcionários públicos de se inscreverem no benefício de R$ 50. "Os desvios continuam acontecendo, porque temos um projeto para erradicar a fome e ainda não conseguimos erradicar o pecado original", disse.
Frei Betto classificou a maioria das críticas que o programa vem recebendo como "improcedentes". "Muita gente ficou decepcionada porque pensou que o Fome Zero seria um grande mutirão de mendicância alimentícia, e que veríamos carretas de Sul a Norte distribuindo alimentos pelo país."
Frei Betto diz que o Fome Zero não gastou mais com distribuição de cestas básicas
THIAGO GUIMARÃESda Agência Folha, em Belo Horizonte
O assessor especial da Presidência e responsável pelo mutirão popular do Fome Zero, Frei Betto, contestou a informação de que o programa de combate à fome do governo gastou até agora mais dinheiro com distribuição de cestas básicas a sem-terra do que com o repasse de R$ 50 por mês às famílias de municípios do semi-árido nordestino por meio do Cartão-Alimentação.
Ontem, a
"Se a notícia é essa [sobre mais gastos com cestas básicas], que não li ainda, não tem fundamento", afirmou Betto. "É uma informação que não confere com os dados que tenho, participando por dentro do Fome Zero."
Sobre o cadastro do programa, Betto disse que "infelizmente não temos encontrado tanta transparência como deveria". Por enquanto, o benefício de R$ 50 só está sendo pago para quem já fazia parte do Cadastro Único dos Programas Sociais, herdado incompleto da gestão FHC, por ter rejeitado o registro de quem não tem documento e alcançado apenas 65% das famílias que estariam aptas a receber o dinheiro.
Frei Betto confirmou que o Ministério da Segurança Alimentar, responsável pelo programa, está iniciando pesquisa qualitativa por amostragem em seis cidades do Piauí e Rio Grande do Norte, para evitar irregularidades como as que causaram a exclusão de 14% das primeiras famílias inscritas no Fome Zero. Ele preferiu --ao contrário de outras ocasiões-- não responsabilizar o governo anterior e atribuiu as falhas às prefeituras e cadastradores "que não tiveram o devido cuidado [durante o cadastramento]".
O assessor especial da Presidência disse ainda que, durante a reformulação do cadastro que está sendo feita pelo governo, já foram detectadas "raras tentativas" de prefeitos e funcionários públicos de se inscreverem no benefício de R$ 50. "Os desvios continuam acontecendo, porque temos um projeto para erradicar a fome e ainda não conseguimos erradicar o pecado original", disse.
Frei Betto classificou a maioria das críticas que o programa vem recebendo como "improcedentes". "Muita gente ficou decepcionada porque pensou que o Fome Zero seria um grande mutirão de mendicância alimentícia, e que veríamos carretas de Sul a Norte distribuindo alimentos pelo país."
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