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10/06/2003 - 18h44

Dirceu tenta diminuir resistência das bancadas estaduais às reformas

SILVIO NAVARRO
da Folha Online

Em um encontro na próxima sexta-feira, em Brasília, a cúpula do governo federal, liderada pelo ministro da Casa Civil, José Dirceu, tentará alinhar os 148 deputados estaduais petistas às reformas constitucionais e políticas sociais do governo Lula. Dirceu também deve tentar amenizar focos de resistência do partido, principalmente nos Estados administrados pelo PSDB.

Em tese, o objetivo da reunião, que também terá a presença dos ministros Antonio Palocci (Fazenda) e Luiz Dulci (Secretaria Geral), será articular uma base para sustentar questões de interesse do governo federal nos Estados e ampliar o alcance dos programas sociais, especialmente o Fome Zero.

No entanto os ministros ouvirão uma enxurrada de reclamações dos deputados sobre o relacionamento com as bancadas governistas, especialmente nos oito Estados comandados pelo PSDB.

Petistas e tucanos firmaram um acordo no início do ano de oposição moderada. Em alguns Estados, como São Paulo, por exemplo, o PT abriu mão de disputar a presidência da Assembléia Legislativa, que seguiu nas mãos do PSDB, como parte de um acordo que elegeu João Paulo Cunha (PT-SP) para a presidência da Câmara dos Deputados com o aval dos tucanos.

Queixas

As queixas mais duras virão dos representantes das Assembléias Legislativas de São Paulo e Minas Gerais, com os quais o próprio Dirceu já esteve reunido nas últimas semanas. Em ambas localidades os governadores tucanos --Geraldo Alckmin (SP) e Aécio Neves (MG)-- têm conseguido levar adiante suas propostas independente da resistência petista.

Alckmin adiantou-se ao governo federal e colocou sua proposta de reforma da Previdência paulista --que eleva a alíquota de contribuição dos servidores de 5% para 11%-- para votação em plenário. O PT votará contra, mas não tem força para impedir que o projeto emplaque com pelo menos 60 dos 94 votos possíveis.

"Vamos tentar fazer algumas modificações no projeto federal, mas o PSDB vai votar a favor e esperamos que em São Paulo os deputados petistas apóiem a proposta do governador Alckmin", afirma o deputado Edson Aparecido (PSDB).

"Ao contrário da proposta apresentada pelo governo Lula, que foi amplamente debatida com governadores, deputados, sindicalistas e a população, a do governador Alckmin não foi discutida com qualquer segmento da sociedade", rebate o petista Cândido Vaccarezza. "Queremos que a tramitação seja concomitante com a reforma do governo federal", completa o líder do PT na Assembléia, Antonio Mentor.

A situação em Minas Gerais, cujo governador Aécio Neves é afinado com Lula, é semelhante. Os 15 deputados petistas articulam uma oposição facilmente superada pelos governistas, que detêm quase 60 dos 77 votos. Os principais pontos divergentes são as reformas administrativa e previdenciária.

Preparação

O encontro de sexta-feira também visa suprimir eventuais dissidências de petistas, como as ocorridas em âmbito federal sobre a reforma da Previdência, e resolver divergências antes de um encontro com o presidente Lula, que deverá ocorrer na última semana do mês.

Estão encarregados de articular a unificação das bancadas estaduais o deputado paulista Cândido Vacarezza, a ex-governadora do Amapá, Maria Dalva Figueiredo, e o secretário de Organização do PT, Silvio Pereira, braço direito de Dirceu.

Colaborou CAMILO TOSCANO, da Folha Online
 

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