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15/06/2003 - 06h25

Governo reforçou repressão após a edição do AI-5

da Folha de S.Paulo

O início dos anos 70 foi um dos períodos mais conturbados da história do país. Em 13 de dezembro de 1968, o presidente Costa e Silva editou o AI-5 (Ato Institucional nº 5), dando início à fase mais dura do regime militar. O AI-5 autorizava o presidente a decretar o recesso do Congresso Nacional, decretar intervenção em Estados e municípios, cassar mandatos e suspender direitos políticos, demitir e aposentar funcionários.

Os grupos de esquerda reagiram intensificando as ações armadas (a mais conhecida foi o sequestro do embaixador dos EUA, Charles Burke Elbrick, em 4 de setembro de 1969).

O governo militar reforçou então seus aparelhos repressivos. Em 29 de junho de 1969, o então comandante do 2º Exército, general Canavarro Pereira, criou a Oban (Operação Bandeirantes), com o apoio da Secretaria de Segurança Pública do governo Abreu Sodré.

A Oban era uma organização paramilitar formada oficiais militares e da atual Polícia Militar de São Paulo, e sustentada por contribuições de empresários.

Instalada no 36º Distrito Policial, na rua Tutóia, em São Paulo, a Oban logo se tornou o mais conhecido centro de torturas do país. Em setembro de 1970, por um decreto do presidente Emílio Médici, a Oban foi incorporada ao organograma legal sob a denominação de Doi/Codi (Destacamento de Operações de Informações --Centro de Operações de Defesa Interna).

A nova estrutura repressiva obteve pleno êxito e desarticulou todas as organizações guerrilheiras: em novembro de 1969, foi morto Carlos Marighella, líder da ALN (Aliança Libertadora Nacional). Em janeiro de 1970, Mário Alves, líder do PCBR, foi preso e morreu sob tortura. Carlos Lamarca, do MR-8, foi assassinado em setembro de 1971.

"O regime militar iniciou várias operações encobertas, pouco conhecidas. A Tarrafa é uma delas", declarou o sociólogo Octavio Ianni.
 

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