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15/06/2003
-
09h22
Os ministros Anderson Adauto(Transportes) e Ciro Gomes (Integração Nacional) reagiram nos bastidores à ampliação do poder do ministro da Casa Civil, José Dirceu, para nomear cargos de confiança em suas pastas.
"Isso vai esvaziar completamente o ministro", disse a interlocutores o deputado Valdemar Costa Neto (SP), presidente do PL, o mesmo partido de Adauto.
O líder do PPS, Roberto Freire (PE), também comentou com interlocutores que nunca um ministro da Casa Civil teve tanto poder. Diante da chiadeira, bombeiros da Casa Civil entraram em campo para tentar acalmar os ânimos.
Foi prometido ao PL que seria revista a indicação de peemedebistas para cargos federais no Paraná e na Paraíba. Na edição de quinta-feira do "Diário Oficial" da União, Dirceu fez nomeações de apadrinhados peemedebistas.
A Folha apurou que o ministro dos Transportes acionou Costa
Neto para dar início à reação. Os membros do PL chegaram a pensar em divergir publicamente, mas ficaram com medo de contrariar o ministro da Casa Civil e se contentaram com a promessa de revisão de nomeações.
A mudança nas atribuições de Dirceu, adotada na quarta-feira, teve como objetivo dar a ele mais força para fazer cumprir acordos políticos. O ministro estava contrariado com colegas que não seguiam as instruções para cumprir seus acertos políticos.
Exemplo: Adauto, do PL, resistia a nomear João Alberto Sautchuk para a chefia da Unidade de Infra-Estrutura Terrestre do Paraná. Como Sautchuk era nomeação peemedebista, Dirceu atropelou o ministro e o reconduziu ao
posto. Para abafar o início de rebelião ontem, a Casa Civil prometeu rever a nomeação.
O poder de Dirceu não tem paralelo na história recente dos ministros da Casa Civil. Ele tem força para nomear todos os cargos de confiança do governo, os DAS (Direção e Assessoramento Superiores). São 17.851 no total, com nível de 1 a 6.
Antes, apenas os cargos DAS de nível 5 e 6 precisavam ser nomeados pela Presidência, por meio da tradicional triagem da Casa Civil. Os cargos de nível 1 a 4 eram de livre nomeação dos ministros.
Os ministros ainda podem fazer esse tipo de nomeação, mas Dirceu também pode. A justificativa oficial é dar mais agilidade às nomeações. O efeito pode ser o contrário, já que a nomeação de cargos nível 5 e 6 já demorava. Agora, os cargos de nível 1 a 4 têm de obedecer ao mesmo ritual.
Ampliação do poder de Dirceu irrita Ciro e Adauto
da Folha de S.Paulo, em BrasíliaOs ministros Anderson Adauto(Transportes) e Ciro Gomes (Integração Nacional) reagiram nos bastidores à ampliação do poder do ministro da Casa Civil, José Dirceu, para nomear cargos de confiança em suas pastas.
"Isso vai esvaziar completamente o ministro", disse a interlocutores o deputado Valdemar Costa Neto (SP), presidente do PL, o mesmo partido de Adauto.
O líder do PPS, Roberto Freire (PE), também comentou com interlocutores que nunca um ministro da Casa Civil teve tanto poder. Diante da chiadeira, bombeiros da Casa Civil entraram em campo para tentar acalmar os ânimos.
Foi prometido ao PL que seria revista a indicação de peemedebistas para cargos federais no Paraná e na Paraíba. Na edição de quinta-feira do "Diário Oficial" da União, Dirceu fez nomeações de apadrinhados peemedebistas.
A Folha apurou que o ministro dos Transportes acionou Costa
Neto para dar início à reação. Os membros do PL chegaram a pensar em divergir publicamente, mas ficaram com medo de contrariar o ministro da Casa Civil e se contentaram com a promessa de revisão de nomeações.
A mudança nas atribuições de Dirceu, adotada na quarta-feira, teve como objetivo dar a ele mais força para fazer cumprir acordos políticos. O ministro estava contrariado com colegas que não seguiam as instruções para cumprir seus acertos políticos.
Exemplo: Adauto, do PL, resistia a nomear João Alberto Sautchuk para a chefia da Unidade de Infra-Estrutura Terrestre do Paraná. Como Sautchuk era nomeação peemedebista, Dirceu atropelou o ministro e o reconduziu ao
posto. Para abafar o início de rebelião ontem, a Casa Civil prometeu rever a nomeação.
O poder de Dirceu não tem paralelo na história recente dos ministros da Casa Civil. Ele tem força para nomear todos os cargos de confiança do governo, os DAS (Direção e Assessoramento Superiores). São 17.851 no total, com nível de 1 a 6.
Antes, apenas os cargos DAS de nível 5 e 6 precisavam ser nomeados pela Presidência, por meio da tradicional triagem da Casa Civil. Os cargos de nível 1 a 4 eram de livre nomeação dos ministros.
Os ministros ainda podem fazer esse tipo de nomeação, mas Dirceu também pode. A justificativa oficial é dar mais agilidade às nomeações. O efeito pode ser o contrário, já que a nomeação de cargos nível 5 e 6 já demorava. Agora, os cargos de nível 1 a 4 têm de obedecer ao mesmo ritual.
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