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15/06/2003
-
09h25
da Folha de S.Paulo
O PT avalia que as eleições municipais de 2004 serão um "plebiscito" sobre a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva e inicia uma operação de alianças amplas para tentar sair delas como vitorioso, passo importante para a disputa pela eventual recondução a um segundo mandato presidencial.
O PT, em documento interno que cria o Grupo de Trabalho Eleitoral --nove petistas que definirão as cidades onde a campanha será tida como prioritária e que formularão a estratégia geral para as eleições--, reconhece que o partido terá contra si os argumentos que usou em 2000.
Afirma o texto que, naquele ano, o PT obteve uma "vitória maiúscula" ao ter sucesso na estratégia de dar "papel de plebiscito sobre o governo [de Fernando Henrique Cardoso] e sua política" às eleições locais.
"Embora não seja exatamente a vontade do PT, muito provavelmente as eleições municipais vão assumir este papel, transformando-se no primeiro teste eleitoral do governo Lula", analisa o secretário de Organização, Silvio Pereira, escolhido pelo Diretório Nacional como o coordenador do Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE), a exemplo do que ocorreu em 2002.
O GTE tem entre suas funções a "implementação da política de alianças nos municípios, operando em nível nacional com os partidos aliados" e a manutenção de "relacionamento estreito com os governos do PT para resposta rápida e eficaz a eventuais ataques adversários".
Na eleição de 2002, foi obrigado a intervir em diretórios que resistiram à aliança com o PL, como no caso de Alagoas, em que a senadora Heloísa Helena desistiu de concorrer ao governo do Estado por se recusar a receber apoio dos que chamou de "colloridos, usineiros e indiciados na CPI do Narcotráfico".
Capilaridade
O PT elegeu, em 2000, 186 prefeitos, sendo 6 de capitais. Administra hoje 189 cidades, sendo 8 capitais. A filiação ao partido na semana passada do prefeito de Macapá, João Henrique Pimentel, que deixou o PSB, é um exemplo da estratégia a ser adotada.
Na negociação de sua adesão, Pimentel teve assegurada a obtenção da legenda para tentar sua reeleição no ano que vem.
Assim o PT contará com a máquina municipal em uma região em que sua base é frágil --conseguiu eleger, por exemplo, em todo o Estado de Roraima, apenas um vereador em 2000 e um deputado estadual em 2002.
O governador Flamarion Portela, que foi do extinto PPB e trocou o PSL pelo PT, usará também a força da máquina estadual na tentativa de ampliar os espaços dos petistas no Estado.
Esse é um exemplo de formas que o comando do PT usará para aumentar o que chama de "capilaridade" do partido, em especial nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, abrindo mão de ter candidaturas sem chances eleitorais reais.
Alianças
A estratégia para a eleição de 2004 é tentar fazer o maior número possível de alianças, priorizando os partidos de sustentação ao governo Lula: PMDB, PTB, PPS, PSB, PC do B e PL. O PT aceitará abrir mão da cabeça de chapa em cidades em que haja um aliado com reais chances de vitória.
Em nome dessas alianças, a Executiva Nacional do PT alterou o prazo de definição dos candidatos para a eleição do ano que vem. Em princípio, os diretórios municipais deveriam definir seus pré-candidatos obrigatoriamente até 3 de outubro deste ano.
Agora o partido decidiu fixar em 12 de março de 2004 a data máxima para a definição de pré-candidatos a prefeito. Em 3 de outubro, os diretórios vão ter de decidir se o PT vai ou não apoiar um candidato majoritário de outro partido, proposta que deve ser apresentada por no mínimo um terço do diretório ou comissão executiva municipal.
Prévias
Oficialmente, são previstas prévias petistas nas cidades em que houver mais de um postulante, mas o presidente nacional do PT, José Genoino, pretende reduzi-las ao menor número possível.
Acredita que as prévias podem causar traumas no partido, a exemplo do que ocorreu no Rio Grande do Sul no ano passado, quando o então governador Olívio Dutra perdeu a disputa interna para Tarso Genro, que foi derrotado na reta final da eleição.
Documento do PT vê eleição municipal como plebiscito para Lula
PLÍNIO FRAGAda Folha de S.Paulo
O PT avalia que as eleições municipais de 2004 serão um "plebiscito" sobre a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva e inicia uma operação de alianças amplas para tentar sair delas como vitorioso, passo importante para a disputa pela eventual recondução a um segundo mandato presidencial.
O PT, em documento interno que cria o Grupo de Trabalho Eleitoral --nove petistas que definirão as cidades onde a campanha será tida como prioritária e que formularão a estratégia geral para as eleições--, reconhece que o partido terá contra si os argumentos que usou em 2000.
Afirma o texto que, naquele ano, o PT obteve uma "vitória maiúscula" ao ter sucesso na estratégia de dar "papel de plebiscito sobre o governo [de Fernando Henrique Cardoso] e sua política" às eleições locais.
"Embora não seja exatamente a vontade do PT, muito provavelmente as eleições municipais vão assumir este papel, transformando-se no primeiro teste eleitoral do governo Lula", analisa o secretário de Organização, Silvio Pereira, escolhido pelo Diretório Nacional como o coordenador do Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE), a exemplo do que ocorreu em 2002.
O GTE tem entre suas funções a "implementação da política de alianças nos municípios, operando em nível nacional com os partidos aliados" e a manutenção de "relacionamento estreito com os governos do PT para resposta rápida e eficaz a eventuais ataques adversários".
Na eleição de 2002, foi obrigado a intervir em diretórios que resistiram à aliança com o PL, como no caso de Alagoas, em que a senadora Heloísa Helena desistiu de concorrer ao governo do Estado por se recusar a receber apoio dos que chamou de "colloridos, usineiros e indiciados na CPI do Narcotráfico".
Capilaridade
O PT elegeu, em 2000, 186 prefeitos, sendo 6 de capitais. Administra hoje 189 cidades, sendo 8 capitais. A filiação ao partido na semana passada do prefeito de Macapá, João Henrique Pimentel, que deixou o PSB, é um exemplo da estratégia a ser adotada.
Na negociação de sua adesão, Pimentel teve assegurada a obtenção da legenda para tentar sua reeleição no ano que vem.
Assim o PT contará com a máquina municipal em uma região em que sua base é frágil --conseguiu eleger, por exemplo, em todo o Estado de Roraima, apenas um vereador em 2000 e um deputado estadual em 2002.
O governador Flamarion Portela, que foi do extinto PPB e trocou o PSL pelo PT, usará também a força da máquina estadual na tentativa de ampliar os espaços dos petistas no Estado.
Esse é um exemplo de formas que o comando do PT usará para aumentar o que chama de "capilaridade" do partido, em especial nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, abrindo mão de ter candidaturas sem chances eleitorais reais.
Alianças
A estratégia para a eleição de 2004 é tentar fazer o maior número possível de alianças, priorizando os partidos de sustentação ao governo Lula: PMDB, PTB, PPS, PSB, PC do B e PL. O PT aceitará abrir mão da cabeça de chapa em cidades em que haja um aliado com reais chances de vitória.
Em nome dessas alianças, a Executiva Nacional do PT alterou o prazo de definição dos candidatos para a eleição do ano que vem. Em princípio, os diretórios municipais deveriam definir seus pré-candidatos obrigatoriamente até 3 de outubro deste ano.
Agora o partido decidiu fixar em 12 de março de 2004 a data máxima para a definição de pré-candidatos a prefeito. Em 3 de outubro, os diretórios vão ter de decidir se o PT vai ou não apoiar um candidato majoritário de outro partido, proposta que deve ser apresentada por no mínimo um terço do diretório ou comissão executiva municipal.
Prévias
Oficialmente, são previstas prévias petistas nas cidades em que houver mais de um postulante, mas o presidente nacional do PT, José Genoino, pretende reduzi-las ao menor número possível.
Acredita que as prévias podem causar traumas no partido, a exemplo do que ocorreu no Rio Grande do Sul no ano passado, quando o então governador Olívio Dutra perdeu a disputa interna para Tarso Genro, que foi derrotado na reta final da eleição.
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