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23/08/2000
-
18h44
ANDRÉA DE LIMA
da Agência Folha
Um convênio firmado entre a Funasa (Fundação Nacional de Saúde), órgão do Ministério da Saúde, e a organização não-governamental Urihi Saúde Yanomami conseguiu reduzir em 47% a taxa de mortalidade entre os índios ianomâmi, em Roraima, no primeiro semestre deste ano.
A redução compara dados do primeiro semestre de 2000 com o mesmo período do ano passado. Foram registradas 35 mortes _metade delas por pneumonia e malária_, contra 66, de janeiro a junho de 1.999.
Segundo a médica Deise Alves Francisco, 38, da Urihi, a redução foi de 50%. "Há uma defasagem em relação aos dados registrados pela fundação. Isso se dá por problemas de atualização de informação."
O acordo prevê o acompanhamento das crianças, gestantes e doentes crônicos, além de primeiros socorros, vacinação, saneamento e da supervisão de tratamentos de longa duração.
Em casos mais graves, está prevista a transferência dos pacientes para casas de cura ou hospitais da rede pública.
A ONG atua em 12 (56%) das 18 regiões onde estão concentrados os 12.036 ianomâmis, contabilizados entre os Estados de Roraima e Amazônia.
"A área assistida por nossa entidade é de seis milhões de hectares. As comunidades são muito dispersas e vivem em áreas de difícil acesso", afirmou Francisco.
A médica declarou que a entidade também faz o treinamento dos profissionais de saúde que vão atuar em campo, como enfermeiros, microscopistas e agentes de saúde indígenas.
"Já temos oito ianomâmis formados em microscopia para análise de malária, e outros seis, no tratamento da doença", disse.
Segundo ela, para os índios, a doença é motivada por questões políticas e por desentendimentos entre comunidades. Isso é previsto pelo xamanismo (conjunto de crenças e práticas associadas às atividades dos curandeiros).
Os médicos brancos, de acordo com Francisco, conseguem atuar com os ianomâmis a partir de um trabalho com as mulheres das aldeias, responsáveis pelas questões sintomáticas das enfermidades.
"Os ianomâmis admitem que não têm como tratar a malária, principal causa de mortes entre eles. Chamam de doenças de branco, que advêm de feitiçarias", declarou a médica.
A Funasa regional atribui a diminuição das mortes ao atendimento prestado em parceria com a organização.
Segundo o órgão, o convênio assinado em setembro do ano passado tem validade de 15 meses e prevê o repasse de verba federal de R$ 7.208.780.
Outras três ONGs mantêm convênios com a Funasa para o atendimento de saúde dos ianomâmis. A Funai deixou de prestar atendimento médico aos índios, por decreto, em agosto do ano passado.
Leia mais sobre os casos TRT-SP e EJ no especial
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Convênio entre governo e ONG reduz mortalidade de ianomâmis
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da Agência Folha
Um convênio firmado entre a Funasa (Fundação Nacional de Saúde), órgão do Ministério da Saúde, e a organização não-governamental Urihi Saúde Yanomami conseguiu reduzir em 47% a taxa de mortalidade entre os índios ianomâmi, em Roraima, no primeiro semestre deste ano.
A redução compara dados do primeiro semestre de 2000 com o mesmo período do ano passado. Foram registradas 35 mortes _metade delas por pneumonia e malária_, contra 66, de janeiro a junho de 1.999.
Segundo a médica Deise Alves Francisco, 38, da Urihi, a redução foi de 50%. "Há uma defasagem em relação aos dados registrados pela fundação. Isso se dá por problemas de atualização de informação."
O acordo prevê o acompanhamento das crianças, gestantes e doentes crônicos, além de primeiros socorros, vacinação, saneamento e da supervisão de tratamentos de longa duração.
Em casos mais graves, está prevista a transferência dos pacientes para casas de cura ou hospitais da rede pública.
A ONG atua em 12 (56%) das 18 regiões onde estão concentrados os 12.036 ianomâmis, contabilizados entre os Estados de Roraima e Amazônia.
"A área assistida por nossa entidade é de seis milhões de hectares. As comunidades são muito dispersas e vivem em áreas de difícil acesso", afirmou Francisco.
A médica declarou que a entidade também faz o treinamento dos profissionais de saúde que vão atuar em campo, como enfermeiros, microscopistas e agentes de saúde indígenas.
"Já temos oito ianomâmis formados em microscopia para análise de malária, e outros seis, no tratamento da doença", disse.
Segundo ela, para os índios, a doença é motivada por questões políticas e por desentendimentos entre comunidades. Isso é previsto pelo xamanismo (conjunto de crenças e práticas associadas às atividades dos curandeiros).
Os médicos brancos, de acordo com Francisco, conseguem atuar com os ianomâmis a partir de um trabalho com as mulheres das aldeias, responsáveis pelas questões sintomáticas das enfermidades.
"Os ianomâmis admitem que não têm como tratar a malária, principal causa de mortes entre eles. Chamam de doenças de branco, que advêm de feitiçarias", declarou a médica.
A Funasa regional atribui a diminuição das mortes ao atendimento prestado em parceria com a organização.
Segundo o órgão, o convênio assinado em setembro do ano passado tem validade de 15 meses e prevê o repasse de verba federal de R$ 7.208.780.
Outras três ONGs mantêm convênios com a Funasa para o atendimento de saúde dos ianomâmis. A Funai deixou de prestar atendimento médico aos índios, por decreto, em agosto do ano passado.
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