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25/06/2003 - 20h50

Requião intervém em 11 dos 26 pedágios do Paraná

MARI TORTATO
da Agência Folha, em Curitiba

Aproveitando a invasão do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) a 11 das 26 praças de pedágio nas rodovias do Paraná, o governador Roberto Requião (PMDB) anunciou ontem a intervenção do Estado nas praças invadidas.

Ele disse que a intervenção terá duração de 180 dias e que orientará o interventor (ainda não indicado) a reduzir pela metade os preços das tarifas. A maior tarifa cobrada no Estado é de R$ 6,10, e a menor é de R$ 2,40, com média de R$ 4,20, segundo a ABCR (Associação Brasileira das Concessionárias de Rodovias).

No início da tarde, o governador havia declarado que a intervenção seria nas seis empresas concessionárias do serviço. No início da noite, nota de sua assessoria informava que a ação restringira-se às praças invadidas pelos sem-terra.

Requião tratou de justificar a intervenção dizendo que não poderia "deixar que a anarquia tome conta do Paraná". O decreto respaldando o ato será assinado nesta manhã e pode incluir as 15 praças restantes.

"Vamos fazer a intervenção, afastar provisoriamente os concessionários e tirar os sem-terra dos postos de pedágio", afirmou.

Requião disse considerar "uma coisa tola" a suposição de que a intervenção pode criar mais tumulto e desorganização, já que o governo não está familiarizado com a administração do serviço.

"Eles [as concessionárias] têm lá uma praça de pedágio, contratam algumas empresas para cortar mato e tapar buraco com superfaturamento. É evidente que o governo pode fazer isso dez vezes melhor do que eles, e no fim da intervenção, vamos saber exatamente quanto deve custar o pedágio para cumprir a necessidade de manutenção das estradas do Paraná", afirmou.

Em votações realizadas ontem e ontem na Assembléia Legislativa, o governo paranaense obteve autorização dos deputados para encampar as seis concessões de rodovias, exploradas por seis empresas há cinco anos.

Requião conseguiu 47 votos a favor da encampação e seis abstenções, mas a maioria da base do governo defende o diálogo entre governo e concessionárias para a redução das tarifas e a permanência das empresas no serviço.

Segundo o líder do governo na Assembléia, Ângelo Vanhoni (PT), a notícia da intervenção "foi uma surpresa".

Requião disse que condena a invasão das praças pelo MST, mas afirmou que não considera as concessionárias como as mais prejudicadas com a decisão do governo. "Quem está prejudicada nessa história toda é a economia do Paraná, que paga um pedágio cinco vezes maior do que o argentino", afirmou.
 

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